domingo, 18 de fevereiro de 2024

Diferença entre Atendimento Psicopedagógico e Atendimento Pedagógico





 

ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR PARA ENFERMOS: UMA MANEIRA DIFERENTE DE EDUCAR




 

Como funciona o atendimento psicopedagógico?

 O atendimento psicopedagógico tem como objetivo ajudar pacientes a recuperarem o prazer pelo aprender, assim como corrigir déficits em seu processo de aprendizagem. Ele pode ser feito com crianças, adolescentes e adultos que se queixam de dificuldades variadas de aprendizado.  

As crianças costumam ser os pacientes mais comuns, pois os sintomas dos transtornos de aprendizagem normalmente são percebidos na interação dos pequenos com as atividades escolares. 

Dessa forma, pais preocupados buscam o auxílio do psicopedagogo para descobrir quais fatores estão interferindo no processo de aprendizado dos filhos. 

Quando o atendimento psicopedagógico é necessário? 

A necessidade do atendimento será determinada pelo profissional da psicopedagogia. Logo, a pergunta mais adequada a se fazer é “quando preciso procurar um psicopedagogo?”

Crianças que apresentam dificuldade para aprender o conteúdo apresentado pelos professores, que demoram mais tempo que os colegas para assimilar informações, não conseguem concluir tarefas e trabalhos escolares, ou subitamente apresentam condutas incomuns podem estar convivendo com sintomas de transtornos da aprendizagem. 

Como elas não conseguem expressar com exatidão o que sentem, pais podem recorrer ao psicopedagogo para interpretar as dificuldades da criança da maneira corretar e, assim, identificar um possível distúrbio de aprendizagem.  

O mesmo pode ser feito quando adolescentes se queixam ou demonstram dificuldades diversas na escola. Por não compreenderem a sua condição, eles também podem mantê-las em segredo. É normal adolescentes terem vergonha de admitir que não conseguem fazer algo que, para os outros, é considerado simples. 

Os adultos também podem exibir relutância em buscar ajuda profissional. Como a psicopedagogia está associada às crianças, podem acreditar que não há mais tempo para corrigir os seus déficits de aprendizagem. 

É comum pais descobrirem que possuem transtornos de aprendizagem somente quando levam os filhos para consultar. O psicopedagogo percebe que eles também têm determinadas dificuldades e, assim, sugerem a realização de uma avaliação psicopedagógica. 

Outros sinais que indicam a necessidade de buscar ajuda profissional são:

  • dificuldade de se lembrar de fatos;
  • problemas para se concentrar em instruções ou para executar atividades;
  • ansiedade em situações cuja aprendizagem é requisitada;
  • hiperatividade, inquietação e agitação;
  • medo de ir à escola ou de dar continuidade aos estudos;
  • dificuldade de acreditar no próprio potencial. 

Quais são as etapas do atendimento psicopedagógico?

O atendimento psicopedagógico é um processo longo que requer paciência para que seja efetivo. É dividido em duas etapas principais, conforme pode ser observado abaixo:

Avaliação

A avaliação se inicia logo nas primeiras consultas. É nessa fase que o profissional investiga o comportamento e as dificuldades da criança, procurando saber os empecilhos em seu processo de aprendizagem.

O paciente pode não ser capaz de reter o conteúdo passado em sala de aula, aprender lentamente, cometer erros por desatenção ou evitar completamente situações relacionadas à aprendizagem. Essas condutas só podem ser investigadas após um período de observação.

Dentro da fase de avaliação também acontece a entrevista com os pais ou cuidadores. O psicopedagogo conversa com os responsáveis pela criança em uma consulta individual. 

É neste momento que devem relatar preocupações e observações em relação ao filho. Caso a escola tenha chegado a contatar os pais sobre a dificuldade de aprender do mesmo, essa informação também deve ser repassada ao profissional. 

Um exemplo do que pode ser dito ao psicopedagogo é: 

“Meu filho aprende o conteúdo da sala lentamente e sempre precisa de ajuda para fazer as tarefas. Ele se distrai com facilidade nos momentos de estudo, seja na escola ou em casa. Além disso, ele é muito agitado e não consegue prestar atenção em uma só coisa por muito tempo”. 

A partir das queixas dos pais e das observações pessoais do psicopedagogo durante os encontros com a criança, é possível chegar a um diagnóstico. Essa fase geralmente consiste em seis consultas, onde o profissional aplica estratégias pedagógicas específicas. 

Por fim, é marcada uma consulta para que seja feita a devolutiva. Neste momento, o psicopedagogo informa aos pais o modelo de aprendizagem do paciente e os fatores que interferem na retenção do conhecimento. Além disso, são feitas recomendações de tratamento e indicações de profissionais para torná-lo mais completo. 

Acompanhamento psicopedagógico


Assim que os responsáveis pela criança receberem o diagnóstico do psicopedagogo, é possível dar início ao acompanhamento psicopedagógico. Nesta fase, o profissional faz uso de vários recursos, integrando princípios da pedagogia, psicologia, linguística, neurociência, entre outras áreas do conhecimento. 

As ferramentas são utilizadas conforme as dificuldades ou distúrbios de aprendizagem apresentados pelo paciente, respeitando o seu tempo de evolução. Para as crianças, são programadas atividades lúdicas, como jogos ou brincadeiras, para trabalhar os déficits no processo de aprender. 

Já com os adultos, o trabalho é um pouco diferente. Por se tratar de um indivíduo com maior consciência de sua condição e capacidade de expressão, o psicopedagogo utiliza ferramentas mais pontuais. 

São desenvolvidas atividades para estimular a percepção visual, espacial e auditiva, a capacidade de leitura e a estrutura cognitiva do paciente, além de projetos para desenvolver a sua autonomia nos momentos de estudo. 

Ao mesmo tempo, o trabalho do psicopedagogo desenvolve a autoestima e a autoconfiança. Os pacientes vão se tornando mais autônomos, tomam decisões compatíveis com suas necessidades e desejos e, sobretudo, acreditam em seu potencial. 

O número de sessões do atendimento psicopedagógico depende do grau de dificuldade do paciente e da sua resposta ao tratamento. 

3 dúvidas sobre o atendimento psicopedagógico

Para nos aprofundarmos no tema do acompanhamento psicopedagógico, separamos algumas dúvidas comuns de pacientes. 

Os pais precisam participar?

A participação dos pais no caso das crianças e dos adolescentes é fundamental para um atendimento bem sucedido. 

Os pais são o porto seguro dos filhos. Eles servem de exemplo e de inspiração para eles, portanto, é importante que demonstrem interesse em ajudá-los a encontrar o prazer pelo estudo e compreendam as suas limitações. 

A aprendizagem não está somente associada à escola. 

Ela é um processo constante presente em diversos contextos sociais. Todos os dias, aprendemos novas lições de vida, recebemos informações inéditas e aprimoramos habilidades. Então, a presença dos pais deve ser constante além do ambiente escolar.

Durante a entrevista e as consultas individuais, o psicopedagogo explicará aos pais o papel dos mesmos na educação e no desenvolvimento cognitivo da criança. 

Para compreender a totalidade do seu papel no atendimento psicopedagógico, os pais ou os tutores também podem aproveitar esses momentos para esclarecer dúvidas diretamente com o profissional.

Qual é o papel da escola no atendimento?

A escola também desempenha um papel de importância no acompanhamento psicopedagógico. É neste ambiente que a criança passa a maior parte do tempo, se socializa e coloca em prática habilidades e funções cognitivas. 

Os professores são capazes de notar dificuldades em crianças e podem procurar modificar a abordagem pedagógica conforme os princípios da pedagogia. No entanto, o ideal é que o psicopedagogo entre em contato com eles para conversar sobre o diagnóstico do paciente. 

Algumas escolas já possuem um psicopedagogo, o qual atua na área institucional, que pode identificar possíveis transtornos de aprendizagem ou interferências na aprendizagem. Esse profissional contata os pais dos alunos para expressar a necessidade de uma avaliação psicopedagógica. 

Todavia, dependendo das dificuldades apresentadas pela criança, um atendimento individual com maior duração pode ser necessário.  

Quando esse profissional não está disponível no ambiente escolar, quem conversa com a equipe pedagógica que interage com o paciente é o psicopedagogo clínico. 

Durante a segunda fase do atendimento psicopedagógico, são realizadas visitas à escola da criança, mediante autorização dos responsáveis e do corpo docente. O profissional, então, analisa o comportamento da criança em sala de aula, durante o recreio e aulas de atividades extracurriculares (informática, artes, robótica).

O foco das visitas não é somente verificar se a criança não presta atenção na aula ou não consegue acompanhar o ritmo dos colegas. O psicopedagogo também observa se a criança é demasiadamente quieta ou hiperativa, como ela interage com os coleguinhas e os professores, e se exibe sinais de problemas psicológicos.  

O atendimento psicopedagógico pode ser online?

Sim!

O atendimento psicopedagógico online é semelhante ao presencial. As consultas são feitas semanalmente, respeitando a orientação de frequência do profissional, através de videochamadas na internet. 

Tanto o computador quanto o celular e o tablet podem ser usados para conversar com o profissional.

Para realizar as consultas online, o paciente só precisa escolher um cômodo tranquilo, como o escritório ou o quarto, e organizar os materiais requisitados para o atendimento. Por exemplo, o profissional ocasionalmente pode pedir que o paciente tenha folhas de papel, cadernos e lápis de cor em mãos para a realização de atividades.   

É claro que algumas ferramentas não podem ser aplicadas no ambiente virtual, então, são utilizadas alternativas mais apropriadas para essa modalidade de atendimento. O psicopedagogo online também usa plataformas educacionais específicas. 

Atualmente, já existem diversos recursos tecnológicos para auxiliar o processo de aprendizagem! Esse é um dos pontos positivos da modalidade à distância, juntamente com a ausência de necessidade de deslocamento. 

A Vittude é uma plataforma de terapia online onde pais e cuidadores podem encontrar profissionais capacitados para o atendimento psicopedagógico online.

Os adultos também podem procurar psicopedagogos para sanar dúvidas sobre a sua capacidade de aprendizagem sem receio.

Para mais artigos, acompanhe o blog da Vittude!

Fonte : https://www.vittude.com/blog/como-funciona-atendimento-psicopedagogico/

ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR PARA ENFERMOS: UMA MANEIRA DIFERENTE DE EDUCAR

 O direito ao atendimento pedagógico domiciliar O Atendimento Pedagógico Domiciliar é uma forma de atendimento educacional recente em nosso país. Este atendimento está voltado para crianças e adolescentes enfermos que não podem sair de suas casas. Essas pessoas apresentam patologias diversas: alguns possuem doenças crônicas, outros apresentam doenças degenerativas e existem também casos nos quais os indivíduos foram submetidos a cirurgias ou mesmo sofreram acidentes que os impossibilitaram de frequentar ambientes sociais e as escolas regulares. Há alguns anos atrás, os familiares destas crianças e adolescentes precisavam construir estratégias próprias ou contratar professores particulares para oferecer atendimento educacional formal a seus filhos. Atualmente, alguns Estados do Brasil têm conseguido assegurar e garantir o direito a educação para essas crianças e adolescentes que são atendidos individualmente em suas casas através do Atendimento Pedagógico Domiciliar. Eles são atendidos por professores e/ou pedagogos que trabalham nos hospitais ou nas redes públicas de ensino. Esses profissionais ensinam a esses alunos os conteúdos escolares que eles aprenderiam em suas receptivas instituições escolares. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394 de 1996 (BRASIL, 1996) foi um passo importante para o reconhecimento dos direitos de todas as crianças e adolescentes à educação. Esta lei propõe que todas as pessoas precisam ter meios necessários para evitar a suspensão do aprendizado. Em relação à educação das crianças, adolescentes, jovens e adultos nos hospitais, foram criadas as Classes Hospitalares, uma modalidade de ensino já reconhecida por leis em nosso país que tratam do direito dessas pessoas que estão hospitalizadas. A resolução nº 41/95 (BRASIL, 1995) trata especificamente os Direitos das Crianças e dos Adolescentes hospitalizados. O artigo 9 (nove) desta mesma resolução, enfatiza esses direitos, dentre outros: “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar.” (BRASIL, 1995, p. 01). Quando as crianças e adolescentes estão enfermas, quer seja nos hospitais ou nos seus domicílios, eles possuem pouco contato com os seus amigos e colegas da escola. Deste modo, o convívio social se modifica. Muitas vezes, frente ao seu adoecimento, eles perdem o interesse em estudar, ler e até mesmo, de brincar. Desta maneira, a importância das Classes Hospitalares e do Atendimento Pedagógico Domiciliar para que eles retornem as suas atividades de socialização e educacionais: O programa de Classe Hospitalar constitui-se como um desdobramento da educação, que visa a proporcionar à criança, ao adolescente e ao adulto hospitalizado, a possibilidade de melhora da sua qualidade de vida, por meio de atividades pedagógicas, lúdicas e recreativas. O atendimento objetiva ainda melhorar a autoestima, minimizando espasmos da dor, quando interpreta a proposta a processos de humanização. (ABE; BARBOSA; JUNIOR; MOURÃO e TAVERNARD, 2012, p. 02) O Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2001) instituiu algumas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. No artigo 13 é referida a necessidade da relação entre a escola e os sistemas de saúde para que a continuidade da aprendizagem não seja interrompida. Deste modo, quando as crianças e adolescentes hospitalizados voltarem para as suas escolas de origem, eles não estarão atrasados ou, até mesmo, perdidos. Para Zaias e Paula (2010, p. 224): “As leis que amparam a educação em contexto hospitalar reforçam o direito a educação, visto que o desenvolvimento de uma criança, bem como o seu aprendizado não é interrompido em virtude de sua internação”

No documento do Ministério da Educação, “Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar – estratégias e orientações” (BRASIL, 2002) o Atendimento Pedagógico Domiciliar é assim descrito: Atendimento que ocorre em ambiente domiciliar, quando o estudante encontra-se com problemas de saúde que o impossibilita de freqüentar regularmente os espaços escolares, ou esteja em casa de apoio/recuperação de saúde ou em outras estruturas de apoio da sociedade. Estes estudantes devem receber respaldo da família e da unidade escolar a qual estão matriculados, tendo apoio didático pedagógico e adaptações físicas necessárias que lhe garantam igualdade de condições para o acesso ao conhecimento e continuidade de seus estudos de acordo com currículo escolar vigente. (BRASIL, 2002). A Deliberação nº 02/03 do Conselho Estadual do Paraná, Indicação nº 01/2003 (PARANÁ, 2003) caracteriza este atendimento da seguinte maneira: (...) serviço destinado a viabilizar a educação escolar de alunos com necessidade educacionais especiais que estejam impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que implique permanência prolongada em domicilio, mediante atendimento especializado em educação especial vinculado a um serviço especializado. A resolução do CNE/CEB n° 02, de 11/09/2001 (BRASIL, 2001) define que: [...] os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicilio. A partir dessas resoluções e da observação da ausência de cumprimento do Estado deste tipo de atendimento pedagógico para crianças e adolescentes enfermos, que estão em seus domicílios e que não podem ir para a escola, é que surgiu esse trabalho.


Fonte: https://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Educacao/ensino_fundamental/textos_educacao_fundamental/Monografia_Atendimento_Alunos_Enfermos_P%C3%A1gina070514.pdf