segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A Psicopedagogia abrange a área da saúde e da educação ao mesmo tempo e nunca separadas, como afirma Porto (2011). " A Psicopedagogia é uma área de atuação que integra a saúde e a educação e lida com o conhecimento, sua ampliação, sua aquisição, suas distorções, suas diferenças e seu desenvolvimento de múltiplos processos".
No momento que não ocorre o aprendizado começam a surgir dúvidas tanto em professores quanto nos pais: Porque a criança não aprende? O método utilizado é bom o bastante? É explicado de diversas formas os conteúdos e feito dinâmicas? O restante da turma está aprendendo? E são nessas horas que é importante a parceria da escola com o Psicopedagogo, também o Psicólogo, o Neurologista, o Fonoaudiólogo, dependendo de cada caso, com essas parcerias com certeza será possível diagnosticas a dificuldade.
É preciso levar em consideração que o psicopedagogo em sua função pode estar desenvolvendo trabalhos hospitalares, clínicos, escolares e também, empresariais, trabalhando com observação, terapias, tratamentos clínicos, e orientando professores, onde seu foco principal é a aprendizagem do ser humano.




Os Psicopedagogos que atuam escolar na área buscam diagnosticar problemas que afligem os alunos com históricos á fracassos escolares ( não entendemos como reprovação escolar), mas sim a não aprendizagem significativa na idade correta e principalmente dificuldades em relação á leitura e escrita.

Transtornos específicos da aprendizagem

Monica Andrade Weinstein (∗)
∗ Fonoaudióloga, Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana (UNIFESP), coordenadora do projeto Individualmente no Núcleo Especializado em Aprendizagem da Faculdade de Medicina do ABC (NEA-FMABC) e no Instituto Cefac, Centros de Referência do Instituto ABCD.
De acordo com o código internacional de doenças (CID 10), os transtornos de aprendizagem “(...) são transtornos nos quais os padrões normais de aquisição de habilidades são perturbados desde os estágios iniciais do desenvolvimento. Eles não são simplesmente uma consequência de uma falta de oportunidade de aprender nem são decorrentes de qualquer forma de traumatismo ou de doença cerebral adquirida. Ao contrário, pensa-se que os transtornos originam-se de anormalidades no processo cognitivo, que derivam em grande parte de algum tipo de disfunção biológica” (CID – 0,1992: 236).
Para algumas pessoas, os anos escolares estão naturalmente encadeados em um desenvolvimento contínuo e crescente de suas habilidades acadêmicas e seu desempenho reflete esse percurso.
Para esses alunos, aprender da maneira como as escolas ensinam, é natural. Mas não é assim para todos. A educação de alunos com transtornos específicos de aprendizagem (TEA), em especial a dislexia e a discalculia, tem trazido desafios aos métodos pedagógicos e propostas curriculares vigentes em nosso país. A situação ainda é muito adversa, expondo alunos e familiares a níveis críticos de risco emocional e financeiro.
Em decorrência da natureza neurobiológica de suas dificuldades, as crianças e jovens com TEA têm que trabalhar com fragmentos de informação, na difícil tarefa de tentar atribuir um padrão à informação que recebem. Esse universo “fragmentado” contribui para reforçar o senso de frustração construído ao longo de uma vida escolar sofrida, marcada pelo fracasso. Com os recursos cognitivos ocupados em lidar com sua dor psíquica, o jovem não pode avançar em seu processo de aprendizagem e, então, se vê aprisionado no sistema escolar: como não tem as ferramentas, não consegue aprender pela metodologia convencional e, como não aprende, não pode ser legitimado como sujeito que tem interesse em aprender.
No projeto Individualmente (www.individualmente.com.br)
acreditamos que o dilema atual da diversidade de alunos versus a
eficiência do ensino pode ser abordado pelo ângulo da customização da aprendizagem. 
À medida em que o aluno com TEA puder individualizar seu percurso de aprendizagem e desenvolver habilidades metacognitivas para adquirir autonomia na gestão de sua aprendizagem, ele terá condições de construir uma autoimagem de aprendiz produtivo e minimizar o sentimento de não pertencimento ao ambiente escolar. Em outras palavras, poderá ser mais atuante no planejamento de suas futuras ações na vida adulta, sem sentir-se vencido pelos seus “limites”.
Estima-se que 6 % da população mundial possua algum tipo de transtorno específico de aprendizagem (TEA). Esses transtornos persistentes manifestam-se muito cedo na vida e não decorrem da falta de oportunidade de aprender, de deficiência intelectual ou sensorial ou de doenças adquiridas. Quase sempre, resultam em muito sofrimento para o indivíduo e sua família. Se não houver uma intervenção personalizada e de longo prazo, a defasagem de desempenho na escola aumenta com o passar dos anos, resultando em prejuízos pessoais irreparáveis tais como: abandono escolar, transtornos psico-afetivos, inadaptação social e subemprego, para citar alguns. Estatísticas americanas indicam que 40% dos jovens com TEA não concluem o ensino médio naquele país.
Os TEA são classificados em subtipos, dependendo da área da aprendizagem mais afetada: transtorno de leitura, transtorno de expressão escrita, transtorno de habilidades matemáticas, transtorno não verbal e transtorno de linguagem, entre outros. É mais fácil estudá-los e explicá-los dessa forma, mas, na realidade, um indivíduo com transtorno específico de aprendizagem nunca será igual a outro, haverá sempre uma interação entre suas parcelas de “dificuldades” e de “aptidões” inatas e do meio familiar, educacional e sócio-cultural em que ele está inserido, resultando numa trama única.
Apesar de únicos na manifestação de suas dificuldades, crianças e jovens com TEA compartilham o fardo do mau desempenho na escola e com frequência são rotulados por colegas, pais e professores como preguiçosos, pouco empenhados e incompetentes. Indivíduos com TEA precisam ser ajudados e, felizmente, existem meios para que isso aconteça. Não há atalhos, o caminho é longo e árduo, mas essas crianças e jovens e suas famílias não precisam empreender a jornada sozinhos.
O primeiro passo é identificar as dificuldades e providenciar uma avaliação interdisciplinar da  aprendizagem. A partir dos achados da avaliação e do diagnóstico, delineia-se um percurso de intervenções e orientações para aquela determinada criança e ou jovem.
Quadro 1:
Características associadas aos transtornos específicos de aprendizagem.
Tipos mais comuns Dentro da diversidade da classificação Algumas características comumente observadas em indivíduos com transtornos específicos de aprendizagem (adaptado de Davis, 2010).
É inteligente mas não apresenta bom desempenho acadêmico.
Tem dificuldade para manter a atenção, parece sempre desconcentrado, fora do ar.
Frequentemente é rotulado de preguiçoso, burro, imaturo ou problemático.
Perde-se com frequência e não tem noção da passagem do tempo.
Tem melhor desempenho em testes orais do que escritos.
Aprende melhor pela experiência prática, pela demonstração, observação encom apoio visual. Pensa mais com imagens e emoções do que com sons e palavras.
Sente-se inferiorizado, burro, sem auto-estima, tenta esconder suas dificuldades com subterfúgios, frustra-se com facilidade.
Confunde letras, palavras, números, sequências e explicações verbais.
Frequentemente tem talento para a arte, teatro, música e esporte e é bastante criativo.
Pode contar em voz alta, mas tem dificuldade para contar objetos, para estimar medidas, para resolver problemas matemáticos, para
lidar com dinheiro e para ver horas no relógio.
Tem excelente memória para eventos biográficos de longo prazo, mas memória muito ruim para sequências ou informações que não foram experimentadas.
Seus erros e sintomas pioram dramaticamente na presença de confusão no ambiente e se apressado ou submetido a stress emocional. Dos transtornos específicos de aprendizagem, existem alguns mais bem estudados e compreendidos e outras menos.
Independentemente do nome e do grau de severidade, todos afetam negativamente a vida dos indivíduos que os possuem.
O transtorno específico da habilidade de leitura, também conhecido como dislexia tem sido o mais estudado. Seguido dele, mas bem menos explorado, vem o transtorno específico das
habilidades matemáticas, também denominado discalculia.
Dislexia
A dislexia é um transtorno de aprendizagem e, como tal, tem origem neurobiológica e caráter permanente. Caracteriza-se pela dificuldade com a fluência correta na leitura e pela dificuldade na
habilidade de decodificação e ortografia. Alunos com dislexia podem apresentar:
• leitura lenta e hesitante, trocas, acréscimos, inversões e omissões de letras,
• falha na compreensão e interpretação do material lido,
• fuga de situações que envolvam leitura,
• escrita espelhada e ou lenta com repetição de letras, sílabas ou palavras,
• escrita rasurada, com trocas visuais, auditivas e espaciais, além de omissões, inversões e acréscimos.
Discalculia
A discalculia é um transtorno de aprendizagem e, como tal, tem origem neurobiológica e caráter permanente. Caracteriza-se pela dificuldade para o entendimento e acesso rápido a conceitos e fatos
numéricos básicos. Alunos com discalculia podem apresentar:
• dificuldade para entender conceitos numéricos simples (tais como o local/valor e o uso das quatro operações);
• falta de conhecimento intuitivo sobre números (valor e relação entre os números);
• problemas para aprender, evocar e ou usar fatos e procedimentos numéricos ( ex.: tabuada, divisões longas);
• mesmo que estes alunos produzam uma resposta correta ou usem um método correto, eles geralmente o fazem de
maneira mecânica e sem confiança.
Como lidar com a situação
Os transtornos de aprendizagem (TEA) têm impacto negativo global na vida das crianças e jovens que os possuem e de suas famílias. Quanto mais precoce, intensiva, especializada e interdisciplinar for a intervenção que receberem, melhores serão os resultados.
Não existe receita de bolo para tratamento dos TEA. Sabemos,comprovadamente, que alguns fatores contribuem positivamente
para um bom prognóstico:
• apoio incondicional da família e da escola;
• avaliação, diagnóstico e acompanhamento de longo prazo por equipe interdisciplinar especializada (fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, educadores, médicos) , com revisão da prioridade de abordagem de cada especialidade, sempre que necessário. É muito importante que a equipe interdisciplinar se reúna e discuta o caso em conjunto. Não é suficiente, passar em consultas isoladas com diversos especialistas e ouvir diagnósticos e previsões diferentes. É necessário haver
integração da equipe que avalia e que trata a criança ou jovem com TEA e a definição conjunta de algumas metas mensuráveis para o acompanhamento da intervenção. Em alguns casos, quando há presença de outras condições associadas ao TEA, como o transtorno do déficit de
atenção e hiperatividade (TDAH) ou um transtorno de ansiedade, por exemplo, pode haver necessidade de medicação. Por isso, o acompanhamento com médico neuropediatra ou psiquiatra é importante;
• escola que esteja disposta a realizar as adaptações acadêmicas de acordo com o grau da dificuldade da criança ou jovem e a trabalhar em parceria com a equipe interdisciplinar e com a família;
• frequentar ambientes promotores de resiliência psicológica e de senso de pertencimento.
Pesquisas indicam que alunos com transtornos de aprendizagem têm mais sucesso no ensino superior quando desenvolveram sólidas habilidades de expressar suas vontades e ideias.
Dentre as habilidades de auto-conhecimento importantes de serem estimuladas nos alunos com TEA, poderíamos citar:
• conhecimento da sua forma de aprendizagem,
• habilidade de articular suas necessidades de
aprendizagem,
• habilidade para comunicar essas necessidades aos outros.
O papel dos pais
Para poder ajudar um filho(a) com TEA, os pais precisam procurar entender a natureza das  dificuldades da criança ou jovem, providenciar uma avaliação e diagnóstico interdisciplinar e realizar
uma parceria de longo prazo com a escola e com profissionais especialistas na área da aprendizagem para, juntos, discutirem e planejarem a melhor abordagem para o desenvolvimento acadêmico,
emocional e social de seu filho.
O TEA é uma condição perseverante e manifesta-se cedo na
vida escolar. A busca de ajuda para a superação dessas dificuldades tem que vir inicialmente dos pais e, quanto mais precoce, melhor.
O papel da escola
Quando houver suspeita de que um aluno possui algum tipo de TEA, a escola deve providenciar junto às famílias o encaminhamento para um diagnóstico interdisciplinar e incentivar a identificação e o tratamento desse aluno. Deve promover acompanhamento consistente e afirmativo para essas crianças e jovens e incentivar os professores a desenvolver programas que favoreçam a integração social e o uso de estratégias pedagógicas diferenciadas de abordagem para cada caso particular.
Um plano individualizado para cada ano letivo deve ser discutido entre direção, coordenação, professores, pais e, se possível, o aluno, para garantir que ele tenha acesso às adaptações logo no início do ano. No ano seguinte, a coordenação e os professores precisam ter acesso ao plano que está sendo seguido e a seus resultados.
Os tópicos a seguir são algumas sugestões de estratégias e adaptações para alunos com TEA; naturalmente, cada caso deve ser analisado em sua individualidade e a abordagem vai variar em função do tipo do transtorno e de sua severidade. A existência de um TEA, seu tipo e sua severidade precisam ser definidos no relatório da avaliação interdisciplinar da aprendizagem e serão monitorados no acompanhamento interdisciplinar de cada caso. Podemos afirmar, sem exagero, que todos os alunos com dislexia ou discalculia necessitarão de adaptações pedagógicas e ou curriculares em algum momento de suas vidas acadêmicas. Alguns deles precisarão desse apoio apenas por um período de tempo, outros até a conclusão do ensino médio ou superior e alguns durante toda a sua vida profissional. Lembrem-se de que não podemos penalizar um indivíduo por possuir uma forma de aprender que não corresponde às expectativas da escola e ou da sociedade.
Em geral, a abordagem escolar do TEA deve ser: preventiva,individualizada, multissensorial e sequencial. Seguem algumas sugestões:

• A coordenação deve informar aos professores de todas as disciplinas sobre o fato do TEA e discutir com cada um deles quais estratégias serão empregadas. 

• Permitir gravação da aula, ou participação de um tutor para ajudar a tomar notas.
• Oferecer para o aluno com TEA tempo extra para completar as tarefas e avaliações. 
Os TEA roubam tempo das pessoas e as acomodações lhes devolvem esse tempo.
• Evitar sobrecarga da memória de trabalho, designando tarefas que estejam dentro das habilidades dominadas.
• Ter um “tutor” ou “tradutor” para acompanhar o aluno individualmente na escola e fora dela.
• Certificar-se de que o aluno entendeu a matéria ensinada, solicitando-lhe que explique o assunto oralmente para o professor ou tutor, em situação individual.
• Permitir que o aluno acompanhe seu progresso, que fatos ele domina e quais conteúdos ainda precisam ser aprendidos.
• Dar tempo extra para o aluno processar a informação.
• A família deve ser mantida informada sobre a evolução da criança e sobre as adaptações aplicadas e seus resultados.
Políticas públicas
Embora exista amparo legal constitucional para as necessidades educacionais específicas dos alunos portadores de transtornos de aprendizagem, entre eles a dislexia e a discalculia, na prática, ainda há muitas dúvidas relacionadas a como ajudá-los dentro e fora da escola. O debate envolvendo os indivíduos com TEA não pode ficar circunscrito à academia, é necessária a participação das famílias, professores e gestores públicos para que se implementem ações que permitam que essas crianças possam ir às escolas para, de fato, aprender.

Como a alimentação pode melhorar o autismo

by Tatiana Zanin Nutricionista
A alimentação para autismo deve ser isenta de caseína, glúten e soja. Essa dieta promove alterações cerebrais que diminuem a euforia e a agressividade dos autistas, sendo uma ótima forma de complementar o tratamento do autismo infantil e adulto.
Os autistas tendem a ter algumas deficiências nutricionais, que quando são supridas também ajudam a controlar melhor a doença. A maior parte dos autistas possui:
Deficiência em zinco;
Excesso de cobre;
Deficiência em cálcio e magnésio;
Deficiência em ômega 3;
Deficiência de fibras;
Deficiência em antioxidantes.
O autista é incapaz de tirar o total proveito das terapias comportamentais se tiver um cérebro desnutrido, inflamação gastrointestinal ou acúmulo de compostos tóxicos - fatores que prejudicam a comunicação cerebral. Por isso, a alimentação é fundamental.
O que o autista deve comer
Algumas dicas do que se pode comer no autismo são:
Alimentos ricos em ômega 3 como sardinha, salmão, cavala, nozes, amêndoas, avelãs, cajus, pinhões, sementes de linhaça, sementes de abóbora, sementes de chia;
Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas e legumes orgânicos.
É importante que a alimentação do paciente autista seja anti-inflamatória e, por isso, os ômega 3 e os antioxidantes são fundamentais. Além disso, deve-se também preferir carnes magras e cereais integrais.
O que o autista não deve comer
Algumas dicas do que não comer ou evitar no autismo são:
Alimentos industrializados e não orgânicos, pois contribuem para aumentar a toxidade no organismo;
Alimentos com corantes alimentares, pois estão associados a alterações do comportamento e a hiperatividade nas crianças;
Alimentos com trigo, cevada, centeio e aveia, pois a dieta sem glúten pode ajudar a reduzir os sintomas;
Leite e seus derivados, pois o paciente autista pode beneficiar de uma dieta sem caseína;
Soja.
Não comer industrializados
Não comer industrializados
Não tomar leite e derivados com cafeína
Não tomar leite e derivados com cafeína
A dieta sem glúten, sem cafeína e sem soja de todas as abordagens dietéticas é a que tem revelado efeitos mais positivos no maior número de crianças com autismo. Como esta dieta é muito específica é importante o acompanhamento de um nutricionista.
Veja como garantir a quantidade de cálcio que a criança precisa: Alimentos ricos em cálcio sem leite.



Código de Ética da Psicopedagogia - ABPp

Reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96

CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS

Artigo 1º
A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio _ família, escola e sociedade _ no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.
Parágrafo único
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem
Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender, no sentido ontogenético e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprios.
Artigo 3º
O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo.
Artigo 4º
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados em 3º grau, portadores de certificados de curso de Pós-Graduação de Psicopedagogia, ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal.
Artigo 5º
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (i) promover a aprendizagem, garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação interprofissional; (ii) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia.
CAPÍTULO II - DAS RESPONSABILIDADES DOS PSICOPEDAGOGOS
Artigo 6º
São deveres fundamentais dos psicopedagogos:
A) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem o fenômeno da aprendizagem humana;
B) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões do mundo;
C) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado dentro dos limites da competência psicopedagógica;
D) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
E) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de classe sempre que possível;
F) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma definição clara do seu diagnóstico;
G) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;
H) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;
I) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e manutenção do conceito público.

CAPÍTULO III - DAS RELAÇÕES COM OUTRAS PROFISSÕES

Artigo 7º
O psicopedagogo procurará manter e desenvolver boas relações com os componentes das diferentes categorias profissionais, observando, para este fim, o seguinte:
A) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhes são reservadas;
B) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização; encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento;
CAPÍTULO IV - DO SIGILO

Artigo 8º
O psicopedagogo está obrigado a guardar segredo sobre fatos de que tenha conhecimento em decorrência do exercício de sua atividade.
Parágrafo Único
Não se entende como quebra de sigilio, informar sobre cliente a especialistas comprometidos com o atendimento.
Artigo 9º
O psicopedagogo não revelará, como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade competente.
Artigo 10º
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados, mediante concordância do próprio avaliado ou do seu representante legal.
Artigo 11º
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos e a eles não será franqueado o acesso a pessoas estranhas ao caso.
CAPÍTULO V - DAS PUBLICAÇÕES CIENTIFICAS

Artigo 12º
Na publicação de trabalhos científicos, deverão ser observadas as seguintes normas:
a) A discordância ou críticas deverão ser dirigidas à matéria e não ao autor;
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores àquele que mais contribuir para a realização do trabalho;
c) Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição hierarquia para fazer publicar em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação;
d) Em todo trabalho científico deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada, bem como esclarecidas as idéias descobertas e ilustrações extraídas de cada autor.
CAPÍTULO VI - DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL
Artigo 13º
O psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo com exatidão e honestidade.
Artigo 14º
O psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em organizações que visem o lucro com venda de produtos, desde que busque sempre a qualidade dos mesmos.
CAPÍTULO VII - DOS HONORÁRIOS

Artigo 15º
Os honorários deverão ser fixados com cuidado, a fim de que representem justa retribuição ao serviços prestados e devem ser contratados previamente.
CAPÍTULO VIII - DAS RELAÇÕES COM SAÚDE E EDUCAÇÃO
Artigo 16º
O psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridades competentes sobre a organização, implantação e execução de projetos de Educação e Saúde Pública relativo às questões psicopedagógicas.
CAPÍTULO IX - DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA

Artigo 17º
Cabe ao psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este código.
Artigo 18º
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp orientar e zelar pela fiel observância dos princípios éticos da classe.
Artigo 19º
O presente código só poderá ser alterado por proposta do Conselho da ABPp e aprovado em Assembléia Geral.
CAPÍTULO X - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 20º
O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em Assembléia Geral, realizada no V Encontro e II Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992, e sofreu a 1ª alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96, sendo aprovado em 19/07/1996, na Assembléia Geral do III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da ABPp, da qual resultou a presente solução.

FONTE: http://www.abpp.com.br/leis_regulamentacao_etica.htm