Autismo


O QUE É AUTISMO?

O que é AUTISMO ou TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA?



A partir do último Manual de Saúde Mental – DSM-5, que é um guia de classificação diagnóstica, todos os distúrbios do autismo, incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA.
TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento.
TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de deficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão.
Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida.
O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo.
Assim como qualquer ser humano, cada pessoa com autismo é única e todas podem aprender.
As pessoas com autismo podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial. Isto pode ocorrer em um ou em mais dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que podem ser mais ou menos intensificados. Por exemplo, uma pessoa com autismo pode achar determinados sons de fundo, que outras pessoas ignorariam, insuportavelmente barulhentos. Isto pode causar ansiedade ou mesmo dor física.
Alguns indivíduos que são sub sensíveis podem não sentir dor ou temperaturas extremas. Algumas podem balançar rodar ou agitar as mãos para criar sensação, ou para ajudar com o balanço e postura ou para lidar com o stress ou ainda, para demonstrar alegria.
As pessoas com sensibilidade sensorial podem ter mais dificuldade no conhecimento adequado de seu próprio corpo. Consciência corporal é a forma como o corpo se comunica consigo mesmo ou com o meio. Um bom desenvolvimento do esquema corporal pressupõe uma boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, e da afetividade.
As pessoas com TEA podem se destacar em habilidades visuais, música, arte e matemática.
Ainda:
  • A maioria das pessoas com autismo é boa em aprender visualmente;
  • Algumas pessoas com autismo são muito atentas aos detalhes e à exatidão;
  • Geralmente possuem capacidade de memória muito acima da média;
  • É provável que as informações, rotinas ou processos uma vez aprendidos, sejam retidos;
  • Algumas pessoas conseguem concentrar-se na sua área de interesse especifico durante muito tempo e podem optar por estudar ou trabalhar em áreas afins;
  • A paixão pela rotina pode ser fator favorável na execução de um trabalho;
  • Indivíduos com autismo são funcionários leais e de confiança;

Autismo e vacinas

E por falar nelas, ainda se acredita muito que algumas vacinas possam causar autismo em crianças. Os pais podem pedir ao médico ou enfermeira que esperem ou até mesmo recusem a aplicação da vacina. No entanto, é importante pensar também nos riscos de não vacinar a criança.
Algumas pessoas acreditam que uma pequena quantidade de mercúrio (chamada de timerosal), que é um conservante comum em vacinas multidose, causa autismo ou TDAH. No entanto, as pesquisas NÃO indicam que esse risco seja verdadeiro.
American Academy of Pediatrics e The Institute of Medicine dos EUA concordam que nenhuma vacina ou componente dela é responsável pelo número de crianças que atualmente são diagnosticadas com autismo. Eles concluíram que os benefícios das vacinas são maiores do que os riscos.
Todas as vacinas de rotina da infância estão disponíveis em formas de dose única em que não foi adicionado mercúrio.

Quantas crianças têm autismo?

O número exato de crianças com autismo é desconhecido. Um relatório publicado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA sugere que o autismo e seus distúrbios relacionados são muito mais comuns do que se imagina. Não está claro se isso se deve a um aumento na taxa da doença ou à maior capacidade de diagnóstico do problema.
O autismo afeta quatro a cinco vezes mais meninos do que meninas. Renda familiar, educação e estilo de vida parecem não influenciar no risco de autismo.
Alguns médicos acreditam que a maior incidência de autismo se deve a novas definições do transtorno. O termo "autismo" agora inclui um espectro mais amplo de crianças. Por exemplo, hoje em dia, uma criança diagnosticada com autismo altamente funcional poderia ser simplesmente considerada tímida ou com dificuldade de aprendizado há 30 anos.
Outros transtornos de desenvolvimento parecido incluem:
  • Síndrome de Rett: muito diferente do autismo, só ocorre no sexo feminino
  • Transtorno desintegrativo da infância: doença rara em que uma criança adquire as habilidades e depois esquece tudo antes dos 10 anos de idade
  • Transtorno de desenvolvimento pervasivo: não especificado, também chamado de autismo atípico.

Fatores de risco

Alguns fatores são considerados de risco para o desenvolvimento do autismo. Confira:
  • Sexo: meninos são de quatro a cinco vezes mais propensos a desenvolver autismo do que meninas
  • Histórico familiar: famílias que já tenham tido algum integrante com autismo correm riscos maiores de ter outro posteriormente. Da mesma forma, é comum que alguns pais que tenham gerado algum filho autista apresentem problemas de comunicação e de interação social eles mesmos
  • Outros transtornos: crianças com alguns problemas de saúde específicos tendem a ter mais riscos de desenvolver autismo do que outras crianças. Epilepsia e esclerose tuberosa estão entre esses transtornos
  • Idade dos pais: quanto mais avançada a idade dos pais, mais chances de a criança desenvolver autismo até os três anos.

 sintomas

Sintomas de Autismo

A maioria dos pais de crianças com autismo suspeita que algo está errado antes de a criança completar 18 meses de idade e busca ajuda antes que ela atinja 2 anos. As crianças com autismo normalmente têm dificuldade em:
  • Brincar de faz de conta
  • Interações sociais
  • Comunicação verbal e não verbal
Algumas crianças com autismo parecem normais antes de um ou dois anos, mas de repente "regridem" e perdem as habilidades linguísticas ou sociais que adquiriram anteriormente. Esse tipo de autismo é chamado de autismo regressivo.
Uma pessoa com autismo pode:
  • Ter visão, audição, tato, olfato ou paladar excessivamente sensíveis (por exemplo, eles podem se recusar a usar roupas "que dão coceira" e ficam angustiados se são forçados a usálas)
  • Ter uma alteração emocional anormal quando há alguma mudança na rotina
  • Fazer movimentos corporais repetitivos
  • Demonstrar apego anormal aos objetos.
Os sintomas do autismo podem variar de moderados a graves.
Os problemas de comunicação no autismo podem incluir:
  • Não poder iniciar ou manter uma conversa social
  • Comunicar-se com gestos em vez de palavras
  • Desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la
  • Não ajustar a visão para olhar para os objetos que as outras pessoas estão olhando
  • Não se referir a si mesmo de forma correta (por exemplo, dizer "você quer água" quando a criança quer dizer "eu quero água")
  • Não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos (acontece nos primeiros 14 meses de vida)
  • Repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais
  • Usar rimas sem sentido
Existem diversos sintomas que podem indicar autismo, e nem sempre a criança apresentará todos eles. Entre os grupos de sintomas que podem afetar uma pessoa com autismo estão:

Interação social

  • Não faz amigos
  • Não participa de jogos interativos
  • É retraído
  • Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual
  • Pode tratar as pessoas como se fossem objetos
  • Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado
  • Mostra falta de empatia

Resposta a informações sensoriais

  • Não se assusta com sons altos
  • Tem a visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliados ou diminuídos
  • Pode achar ruídos normais dolorosos e cobrir os ouvidos com as mãos
  • Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou opressivo
  • Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe
  • Parece ter um aumento ou diminuição na resposta à dor

Brincadeiras

  • Não imita as ações dos outros
  • Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas
  • Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação

Comportamentos

  • Acessos de raiva intensos
  • Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança)
  • Baixa capacidade de atenção
  • Poucos interesses
  • É hiperativo ou muito passivo
  • Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo
  • Necessidade intensa de repetição
  • Faz movimentos corporais repetitivos

 diagnóstico e exames

Buscando ajuda médica

Crianças, em geral, dão os primeiros sinais de autismo logo no primeiro ano de vida. Se você notar qualquer sinal do transtorno em seu filho, converse com um médico. Ele poderá recomendar exames específicos. Os comportamentos da criança de alerta são:
  • Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses
  • Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses
  • Não balbuciar aos 12 meses
  • Não gesticular aos 12 meses
  • Não dizer nenhuma palavra aos 16 meses
  • Não dizer frases compostas de pelo menos duas palavras aos 24 meses
  • Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade.

Na consulta médica

É provável que um pediatra consiga fazer o diagnóstico de autismo, analisando os sintomas. No entanto, você pode ser encaminhado para um centro especializado em que equipe multidisciplinar avaliará a criança.
Como as consultas costumam ser breves e há muitas informações e perguntas para cobrir, é uma boa ideia estar bem preparado. Aqui estão algumas informações para ajudar no diagnóstico mais rápido:
  • Anote quaisquer sintomas que você está enfrentando, inclusive os que podem parecer sem relação com o motivo pelo qual você agendou a consulta
  • Anote as informações pessoais importantes, incluindo quaisquer tensões principais ou mudanças de vida recentes
  • Faça uma lista de todos os medicamentos, bem como de quaisquer vitaminas ou suplementos que você está tomando
  • Leve um membro da família ou amigo junto. Às vezes pode ser difícil lembrar todas as informações fornecidas durante a consulta. Alguém que acompanha você pode se lembrar de algo que você perdeu ou esqueceu.

O que esperar do médico?

Médicos costumam fazer várias perguntas. É importante estar preparado para respondê-las. Confira alguns exemplos de questões que poderão ser levantadas por um especialista:
  • Quais comportamentos em específicos levaram você a procurar ajuda médica para seu filho?
  • Quando os primeiros sintomas começaram?
  • Esses comportamentos atípicos são frequentes ou ocasionais?
  • Quais os hábitos favoritos de seu filho?
  • Seu filho interage com familiares e outras crianças?
  • Sua família tem histórico de autismo ou algum outro transtorno cerebral?

Diagnóstico de Autismo

O médico procurará por sinais de atraso no desenvolvimento da criança. Se observados os principais sintomas do autismo, ele encaminhará a criança em questão para um especialista, que poderá fazer um diagnóstico mais exato e preciso. Geralmente, ele é feito antes dos três anos de idade, já que os sinais do transtorno costumam aparecer cedo.
Para realizar o diagnóstico, o médico utiliza o critério do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria. Segundo ele, a criança poderá ser diagnosticada com autismo se apresentar pelo menos seis dos sintomas clássicos do transtorno.

Exames

Todas as crianças devem fazer exames de desenvolvimento de rotina com o pediatra. Podem ser necessários mais testes se o médico ou os pais estiverem preocupados. Para autismo, isso deve ser feito principalmente se uma criança não atingir marcos de linguagem.
Essas crianças poderão fazer uma avaliação auditiva, teste de chumbo no sangue e teste de triagem para autismo, como a lista de verificação de autismo em crianças (CHAT) ou o questionário para triagem de autismo.
Um médico experiente no diagnóstico e tratamento de autismo normalmente é necessário para fazer o diagnóstico. Como não há testes biológicos para o autismo, o diagnóstico muitas vezes será feito com base em critérios muito específicos.
Uma avaliação de autismo normalmente inclui um exame físico e neurológico completo. Pode incluir também alguma ferramenta de exame específica, como:
  • Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR)
  • Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS)
  • Escala de classificação do autismo em crianças (CARS)
  • Escala de classificação do autismo de Gilliam
  • Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento.
As crianças com autismo ou suspeita de autismo normalmente passarão por testes genéticos em busca de anomalias nos cromossomos.
O autismo inclui um amplo espectro de sintomas. Portanto, uma avaliação única e rápida não pode indicar as reais habilidades da criança. O ideal é que uma equipe de diferentes especialistas avalie a criança com suspeita de autismo. Eles podem avaliar: comunicação, linguagem, habilidades motoras, fala, êxito escolar e habilidades de pensamento.

Convivendo/ Prognóstico

O autismo continua sendo um distúrbio difícil para as crianças e suas famílias, mas a perspectiva atual é muito melhor do que na geração passada. Naquela época, a maioria das pessoas com autismo era internada em instituições.
Hoje, com o tratamento correto, muitos dos sintomas do autismo podem melhorar, mesmo que algumas pessoas permaneçam com alguns sintomas durante toda a vida. A maioria das pessoas com autismo consegue viver com suas famílias ou na sociedade.
A perspectiva depende da gravidade do autismo e do nível de tratamento que a pessoa recebe. Procurar ajuda de outras famílias que tenham parentes com autismo e por profissionais que deem o suporte necessário aos parentes também é uma alternativa interessante.

Complicações possíveis

O autismo pode estar associado a outros distúrbios que afetam o cérebro, como aSíndrome do X frágil, déficit intelectual e esclerose tuberosa. Algumas pessoas com autismo podem, também, desenvolver convulsões.
O estresse de lidar com o autismo pode levar a complicações sociais e emocionais para a família e os cuidadores, bem como para a própria pessoa com autismo. Por isso, acompanhamento psicológico tanto para um, quanto para o outro é essencial.

 tratamento e cuidados

Tratamento de Autismo

Não existe cura para autismo, mas um programa de tratamento precoce, intensivo e apropriado melhora muito a perspectiva de crianças pequenas com o transtorno. A maioria dos programas aumentará os interesses da criança com uma programação altamente estruturada de atividades construtivas. Os recursos visuais geralmente são úteis.
O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas do autismo e do suporte ao desenvolvimento e aprendizado.
Mas a forma de tratamento que tem mais êxito é o que é direcionado às necessidades específicas da criança. Um especialista ou uma equipe experiente deve desenvolver o programa para cada criança. Há várias terapias para autismo disponíveis, incluindo:
  • Terapias de comunicação e comportamento
  • Medicamentos
  • Terapia ocupacional
  • Fisioterapia
  • Terapia do discurso/linguagem
Existem diversos programas para tratar problemas sociais, de comunicação e de comportamento que estejam relacionados ao autismo. Alguns desses programas focam na redução de problemas comportamentais e na aprendizagem de novas habilidades. Outros procuram ensinar crianças a como agir em determinadas situações sociais e a como se comunicar propriamente. Um desses programas é a ABA, sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento, muito utilizado em crianças pequenas com algum distúrbio dentro do espectro do autismo. A ABA usa uma abordagem de aprendizado individual que reforça a prática de várias habilidades. O objetivo é que a criança se aproxime do funcionamento normal do desenvolvimento. Os programas de ABA normalmente são feitos na casa da criança sob a supervisão de um psicólogo comportamental.
Outro programa bastante recorrente como alternativa de tratamento é o TEACCH (sigla em inglês para Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados à Comunicação), que utiliza outros recursos visuais que ajudam a criança a trabalhar de forma independente e a organizar e estruturar seu ambiente.
O TEACCH tenta melhorar as habilidades e a adaptação de uma criança, ao mesmo tempo que aceita os problemas associados aos distúrbios dentro do espectro do autismo. Diferentemente dos programas de ABA, os programas TEACCH não esperam que as crianças atinjam o desenvolvimento normal com o tratamento.

Medicamentos

Não existem medicamentos capazes de tratar os principais sintomas do autismo, mas, muitas vezes, são usados medicamentos para tratar problemas comportamentais ou emocionais que os pacientes com autismo apresentem, como agressividade, ansiedade, problemas de atenção, compulsões extremas que a criança não pode controlar, hiperatividade, impulsividade, irritabilidade, alterações de humor, surtos, dificuldade para dormir e ataques de raiva.

Dieta

Nem todos os especialistas concordam que as mudanças na dieta fazem diferença, nem todas as pesquisas sobre esse método mostraram resultados positivos, mas se você está considerando essas ou outras alterações alimentares como via de tratamento para seu filho, é recomendável uma conversa com um gastroenterologista (especialista no sistema digestório) e com um nutricionista.
Algumas crianças com autismo parecem responder a uma dieta sem glúten ou sem caseína. O glúten é encontrado em alimentos que contêm trigo, centeio e cevada. A caseína é encontrada no leite, no queijo e em outros produtos lácteos.

Outras abordagens

Existem muitos tratamentos anunciados para o autismo que não têm base científica e histórias de "curas milagrosas" que não atendem às expectativas. Se seu filho tem autismo, pode ser útil falar com outros pais de crianças autistas e com especialistas em autismo. Acompanhe o avanço das pesquisas na área, que está se desenvolvendo rapidamente.
Um exemplo desses tratamentos precoce são as infusões de secretina. Houve muita empolgação com esse método de tratamento no passado. Agora, depois de muitas pesquisas realizadas em vários laboratórios, é possível que a secretina não faça nenhum efeito para crianças com autismo. No entanto, as pesquisas continuam.

Medicamentos para Autismo

Os medicamentos mais para o tratamento de autismo são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

 prevenção

Prevenção

Não há uma fórmula correta para prevenir o autismo, mas estudos recentes mostram que o papel da herança genética para o desenvolvimento do transtorno não é tão grande como se supunha. Os genes desempenham 50% das chances de uma criança vir a ter autismo. Ou seja, em pelo menos metade dos casos não há muito o que fazer contra a genética humana. Mas os outros 50% correspondem a fatores externos, muito relacionados ao ambiente em que a criança cresce e a hábitos comportamentais. Isso abre um campo enorme de pesquisa, especialmente no que diz respeito à prevenção do autismo.

 fontes e referências

  • Revisado por Dra. Evelyn Vinocur, psiquiatra e mestre em neuropsiquiatria pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e psicoterapeuta cognitivo comportamental, especializada em Saúde Mental da Infância e Adolescência pela Santa Casa de Misericórdia do Estado do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Membro associado da Associação Brasileira de Psiquiatria (CRM-RJ: 303514)
  • DSM-V, American Psychiatric Association - Manual de Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais 5ªed. Edit. Artes Médicas
  • Organização Mundial da Saúde (OMS)
  • Journal of American Medical Association (JAMA)

Romeo, filho de Marcos Mion, tem um distúrbio de desenvolvimento incluído no espectro autista...




Marcos Mion agradeceu hoje, 23, o apoio dos fãs para os problemas de desenvolvimento do seu filho mais velho, Romeo, no Facebook. "Obrigado por cada palavra, cada voto, por toda admiração, respeito e apoio que recebemos e por todas as lágrimas divididas com as nossas", escreveu.
Emocionado com mensagens, Marcos Mion falou que foi muito importante receber o carinho. "Ontem foi um dia muito importante, onde as pessoas que não convivem com a gente souberam sobre a nossa benção. E nunca nos sentimos tão amados! Foi muito emocionante para todos nós", disse.
O artista falou publicamente pela primeira vez sobre a doença de Romeo, de 8 anos, na quinta-feira, 22. Segundo ele, o menino tem "problemas de desenvolvimento", que foram percebidos desde os seus primeiros anos de vida. "Demorou algum tempo para termos essa certeza, porque ele não se encaixa em nenhum diagnóstico e segue evoluindo e aprendendo no seu ritmo", disse.
apresentador do "Legendários" explicou que os especialistas dizem que o menino não é autista. "Ele não é nada além de uma criança que se encaixa na sigla NOS (Not Otherwise Specified), que significa 'Sem Outras Especificações' mas que faz parte do spectrum autista", afirmou. Para explicar mais detalhes da doença, ele usou um estudo de 2007.

Mion também é pai de Donatella, de 4 anos e Stefano, de 2 anos. Ele é casado com Suzana Gullo.

LIÇÕES QUE APRENDI COM MEU FILHO AUTISTA
Este texto é uma reflexão natalina. Um aprendizado.

LIÇÕES QUE APRENDI COM MEU FILHO AUTISTA

Este texto é uma reflexão natalina. Um aprendizado.

Quanto mais leio para meus filhos sobre o “menino” Jesus e toda sua sabedoria, mais a identifico dentro da minha própria casa.
Não apenas os discípulos, mas todos que o conheciam, chamavam o menino Jesus de mestre.
Mestre não é um titulo que alguém pode atribuir a si mesmo. O mestre nasce da capacidade do interlocutor de reconhecer a sabedoria quando entra em contato com ela.
O mestre, para existir, por mais sábio que seja, depende da humildade daqueles ao seu redor de se reconhecerem numa posição de inferioridade, de aprendiz.
(E é assim que me sinto. Humilde e extremamente feliz de dividir meu dia a dia com uma criança que ilumina e engrandece todos ao seu redor)
Todos ja me viram falar publicamente que me sinto abençoado e extremamente feliz por ter sido escolhido por Deus para ser pai de uma criança autista, ou como eu prefiro dizer, o guardião de um anjo. O meu Romeo.
Sempre que faço algum post, aparecem centenas de pais comentando e dividindo o mesmo sentimento de gratidão. Como se fosse um clube que, quem não faz parte, secretamente agradece e não consegue nem começar a entender pq aquelas pessoas são tão gratas por fazerem parte dele.
Afinal, como que, na pratica, meu filho me faz tanto bem? Como uma criança que, aparentemente, tem dificuldades consegue me ensinar?
Como falei acima, parte da minha capacidade de identificar a sabedoria e transforma-la num aprendizado.
Vou contar o que aconteceu este Natal e qual foi a lição que ele nos deu.
Como de costume, pelo fim de Novembro, minha esposa, Suzana, e eu juntamos os tres para fazer a carta do Papai Noel.
- “Eu quero infinitos Legos!”, disse o Stefano.
- “Calma que ja tenho minha lista separada em imagens no ipad”, disse Doninha, lembrando da quantidade razoavelmente grande de presentes que ja tinha separado entre borrachas da Hello Kitty e um tenis da Nike, alem de varias coisas de menina de marcas que ela gosta.
Resumindo? Duas listas extensas e extremamente comuns para crianças que convivem num mundo tecnológico, repleto de marcas, com demandas que eu considero ridículas de consumismo. Propagandas em todo lugar, aquela maldita sensacão, que eu odeio, causada na escola que é necessário ter pra existir. Sensação que lutamos muito contra em casa enchendo as crianças de auto confiança, dando “centro” pra elas saberem que o que interessa na vida não são as coisas que o dinheiro compra, mas que, por motivos óbvios, sempre cerca qualquer criança hoje em dia. Ainda mais na época do Natal!!
Até que chegamos no Romeo e indagamos o que ele gostaria de ganhar do Papai Noel.
“Uma escova de dentes azul”.
E agora chegamos no ponto crucial desse texto.
Se você da risada com essa resposta e pensa que o menino autista realmente esta fechado no seu mundo e não conecta com a realidade, que é filho de um artista de tv, que poderia pedir qualquer coisa no mundo que ganharia e, burro, pediu só uma escova de dentes azul, esse texto não vai fazer sentido algum pra você. Pode parar por aqui. Você não consegue identificar um ensinamento quando se depara com um.
Suzana e eu, instantaneamente ficamos emocionados com aquela resposta. Ao meio de tanto consumismo, numa época que virou símbolo de consumismo, nosso mestre, sem saber, sem ter a consciência externa do que estava fazendo, afinal sua sabedoria é nata, é orgânica e instintiva, colocou nossos pés no chão, nos remontando com os verdadeiros valores do Natal.
O que realmente vale nessa vida? Essas coisas materiais vão com o tempo, quebram, ficam velhas e obsoletas tornado-se um lembrete vivo e constante de dinheiro que jogamos pela janela adquirindo valores que não interessam.
Não serei hipócrita e dizer que não é saudável comprar brinquedos e presentes. Não é isso. Sou totalmente a favor de usar o ato da compra material como recompensa e até como educação, inclusive de valores morais, mas fato é que existe um grande exagero nas proporções que o consumismo tomou hoje em dia, como mencionei explicando os pedidos dos meus outros filhos.
Ainda perguntamos pra ele se não queria mais nada, um bichinho de pelucia que ele adora, um ipad novo que, para quem não sabe, é uma das ferramentas mais poderosas de comunicação dos autistas com o mundo exterior, mas ele foi categórico: “uma escova de dentes azul. É isso que eu quero ganhar do Papai Noel”.
Até que finalmente chegou o dia do Natal. Fizemos a comemoração da véspera, deixamos os cookies feitos em família na varanda para o bom velhinho e todos foram dormir muito ansiosos com a visita do Papai Noel na madrugada.
Não preciso dizer que 5:00 am ja ouvi Tefo rasgando papel de presente! rs.
Levantamos para acompanhar e viver com eles todo esse momento magico que tem data de validade, pois a crença real no Papai Noel não é eterna e, hoje em dia, acaba cada vez mais cedo. E enquanto Tefo e Doninha pareciam dois demônios da tasmânia envoltos em presentes e embrulhos, abrindo mais um e mais um e mais um, Romeo assistia de longe com um certo grau de tensão no ar.
“O Papai Noel trouxe minha escova de dentes azul?” ele perguntava sentindo o que eu identifiquei como medo de frustração! Uma real incerteza se ganharia aquele único e tão valioso presente. Lembrem que isso foi na manhã do dia 25, quase 2 meses depois do dia que escreveram as cartas e essa ainda era sua única vontade, seu único desejo de Natal.
Conduzi Romeo até arvore e o deixei identificar o presente com seu nome!
Fico emocionado ao lembrar, mas ele abriu o embrulho com uma expectativa tão grande, uma ingenuidade e um doutorado em desapego que, quando o ultimo pedaço de papel revelou sua escova de dentes azul, ele foi tomado de emocão!! Abaixou a cabeça num alivio e se atrapalhou de tão forte que essa emoção veio.
Sim, ele chorou.
Chorou de alegria, inundado pela mais pura e bela emoção! Eu e Suzana choramos juntos.
Tão pouco…um presente tão simples…e ai me deu o estalo. Mestre!
Entendi que era algo muito maior do que uma simples escova de dentes. Ali, naquela emoção, naquela pureza, naquela humildade e, acima de tudo, naquele desapego, tive a maior lição de Natal da minha vida.
Obrigado Mestre, por mais uma. Te amo.

Mion


Carta de uma mãe/pai de autista para os professores de seu filho


Teu olhar por Suzana Piazza


Caro(a) Professor(a)

Talvez você me ache ansiosa. Estou sempre fazendo perguntas na saída e geralmente passo um milhão de recomendações do que fazer ou deixar de fazer. Na agenda, escrevi mais de mil telefones de contato, vivo mandando recadinhos e fazendo perguntas. Talvez você me ache chata demais, ou pouco confiante em seu trabalho. Não é isso!

Foram muitas vezes que eu e meu filho não fomos bem recebidos em instituições de ensino. Muitos viam minha pequena joia rara como um problema e eu não compreendia como as pessoas não conseguiam ver que conviver com meu pequeno era uma sorte, uma dádiva. Depois da palavra “autismo”, a receptividade mudava.
Quando meu filho era apenas um filhotinho, um pinguinho de gente, eu ficava imaginando o primeiro dia de escola: ele de uniforme, com sua pequena mochilinha, indo de mãos dadas com a professora. Perguntava-me se ele ia chorar, se ia gostar, se ia ser difícil adaptá-lo. Mas nada na vida me preparou para o preconceito que vejo nos olhos de tantos educadores e profissionais do ensino quando digo que meu filho é autista. Sentir acolhimento sempre me pareceu algo intuitivo das escolas, mas hoje o que sinto diante das instituições de ensino é justamente o oposto.
A impressão que tantas instituições de ensino passam a nós, pais de crianças autistas, é que ter nossos filhos matriculados não é felicidade, mas um peso a ser carregado. A incompreensão da criança autista, de suas peculiaridades e sua capacidade é enfrentamento constante em nossa jornada.  Vivemos em uma sociedade que ainda não entende quão incríveis são as crianças com TEA, o potencial que elas têm. Nós, pais de crianças autistas, estamos tentando mudar essa realidade com todas as armas que temos, mas confesso ser uma luta por vezes cansativa e desgastante.
No meio desse cenário, diante de tão pouca receptividade de crianças autistas tão lindas como meu filho, acabei por me tornar uma pessoa um tanto quanto receosa sobre como o mundo trata meu pequeno. Não é falta de confiança com o seu trabalho, mas sim o que me tornei diante de um mundo tão pouco compreensivo.
Minha ansiedade é fruto de um coração machucado. Ferido pelo preconceito, pela incompreensão, pela opinião baseada no desconhecimento. Tudo que os pais querem é que o mundo abrace seu filho com carinho, embora saibamos que a vida em sociedade pode ser um pouco cruel. No meu caso, a vida se mostrou cruel com meu filho já na procura de escolas, embora meu pequeno ainda seja inocente demais para perceber tais crueldades.
Sempre achei que a escola fosse ambiente de acolhimento, que os professores fossem preparadores de cidadãos justos e conscientes, mas nos últimos anos percebi que nem sempre é  assim. Comecei a notar que existem escolas particulares que procuram apenas o lucro com o mínimo de trabalho, sentindo-se ameaçadas pela possibilidade de lidar com o diferente – afinal, talvez o diferente exija mudanças, exija mais empenho, exija dedicação. Comecei a notar que escolas públicas muitas vezes são reflexos de uma política governamental em que o incentivo à inclusão muitas vezes esbarra na falta de interesse em maiores investimentos na educação. Comecei a notar que nem todos os educadores querem preparar cidadãos, mas apenas passar o conteúdo determinado. Acreditar na escola como educadora, como inclusiva, como ponte para o desenvolvimento virou um desafio em um meio tão hostil a pais de crianças com necessidades especiais.
Talvez você e a escola que hoje recebem meu filho não estejam preparados para realizar a inclusão, mas tenho certeza que, com boa vontade, dedicação, estudo e amor, podemos transformar a inclusão em realidade, e fazer o meu (agora “nosso”) pequeno  evoluir muito. Procurar adaptar materiais, oferecer tutor, pensar em formas de lecionar que atendam crianças atípicas e típicas pode parecer um trabalho extra que não se teria com uma sala apenas de alunos típicos. Mas eu garanto para você que essas medidas o permitirão fazer parte do desabrochar de tantas crianças ditas “deficientes” e, a partir daí, conhecer uma importância do educador que sequer você conhecia: construir uma sociedade melhor para todos.
Meu querido professor, minha chatice e ansiedade são porque sei que o papel que você tem na vida de meu filho é fundamental. Você com certeza estará na memória de tantas crianças e pais de crianças típicas. Mas, ao incluir meu filho, você estará na história dele como pilar fundamental para seu desenvolvimento, e toda a conquista a partir de você terá você como parte fundamental. Quando (porque eu acredito) meu filho estiver inserido na sociedade, ele deverá isso a você. E eu nunca lhe esquecerei.
Então, espero que me compreenda. Compreenda meu coração apertado, meu falar demais, meus medos, minhas angústias. Espero que entenda que estou depositando uma criança linda e com um grande potencial em suas mãos. Ou mais: que estou depositando minha própria vida em suas mãos, já que esse aluninho em sua sala é o centro de meu universo; é mais do que eu, é mais do que minha alma – ele É minha alma.
Às vezes ele pode ser difícil, pode se jogar no chão, fazer birra. Quem sabe ele responda algo que não se espera. Talvez ele não entenda a atividade que você passa porque ele tem um jeitinho todo especial de pensar. É bem possível que ele queira sair andando pela sala, e não atenda aos seus chamados de imediato. Quando isso acontecer, peço que compreenda que, por trás desses comportamentos, existe uma alma tão pura, mas tão pura que não se importa com que os outros pensam dela. O autista é diferente de nós, tão preocupados com o pensamento dos outros.  Autistas se guiam pela alma e, por isso, muitas vezes têm dificuldade com o convívio social. Não se encontra maldade ou tramas sociais em suas ações. Talvez por isso que sejam apelidados de anjos azuis.
Quando você escolheu ser educador, tenho certeza que não foi pelo dinheiro, porque sabemos que existem outras profissões que poderiam lhe conferir melhor remuneração. Assim, tenho certeza que, quando era jovem e foi prestar vestibular, havia uma empolgação juvenil em seu peito de mudar o mundo pela educação. Talvez o contato direto com o mercado de trabalho, por vezes tão cruel, o dia a dia tão desgastante do trabalhador brasileiro e quem sabe a falta de estrutura tenha apagado um pouco esse sentimento. Mas eu lhe garanto: você pode mudar o mundo; ou pelo menos o mundo do meu filho. Quem sabe mudar o mundo de meu filho seja pouco perto de tantas crianças aí fora, mas lhe garanto que, para ele e para mim, isso é tudo.
Então, caro professor, meu pedido sincero é que deixe meu filho fazer você se apaixonar por ele. E você vai! Acredite em seu potencial. Porque ele tem muito! E principalmente saiba que eu concordo com aquele espírito juvenil que o fez escolher essa profissão. Você realmente pode mudar meu mundo!
Com todo carinho
Pais de crianças autistas.







Dr. Drauzio Varella O Autismo desorganiza a comunicação e as funções sociais que as manifestações iniciais podem ser notadas nos primeiros meses de vida, é fundamental reconhece-las o mais cedo possível numa fase que o cérebro tem grande plasticidade para formar novas conexões de neurônios e repostas aos estímulos educativos. Para compreender e educar uma cça com autismo é preciso esforço, dedicação e sabedoria para penetrar em seu universo e fazer com que o nosso lhe pareça mais acessível e menos absurdo.




Encontro com Fátima Bernanrdes fala sobre Autismo

http://globoplay.globo.com/v/4471159/

Nenhum comentário:

Postar um comentário