quarta-feira, 4 de maio de 2016

Meu irmão é autista (ESPECIAL: Conscientização Autista 02 de Abril)

Seu espaço Psicopedagógico é aqui! 

Participe, envie e-mail com dúvidas, comentários ou sugestões.



TANV – Transtorno de aprendizagem não verbal

Alerta : Ao estudar TANV e em entrevista com paciente com transtorno percebi á semelhança com Autismo e realmente há uma grande semelhança, só não podem ser confundidos nunca.
‪#‎Alguns‬ dos sintomas apresentados neste transtorno são muito parecidos com o de crianças com autismo ou síndrome de Asperger, devido aos déficits nas habilidades sociais.

TANV – Transtorno de aprendizagem não verbal
Ainda pouco conhecido, o TANV é um tipo específico de Transtorno de Aprendizagem Não-Verbal que afeta a criança desde o seu nascimento, e acarreta déficits nos domínios cognitivo, social, emocional, psicomotor, espacial, tátil e visual, impactando significativamente a aprendizagem. Crianças com TANV apresentam capacidade intelectual dentro ou acima da média, boa memória, e bom relacionamento com pessoas adultas, mas apesar dessas habilidades, devido aos déficits nas áreas acima citadas, terão prejuízos diversos. Vale ressaltar que os estudos sobre o TANV só tiveram inicio na década de 80, por isso, muitas vezes o diagnostico é realizado tardiamente.
Alguns dos sintomas apresentados neste transtorno são muito parecidos com o de crianças com autismo ou síndrome de Asperger, devido aos déficits nas habilidades sociais.
Do ponto de vista pedagógico, crianças com este transtorno apresentam prejuízo na compreensão e interpretação de texto (as habilidades de decodificação da leitura e memória verbal encontram-se preservadas). Nos conceitos matemáticos e na resolução de problemas há prejuízo, e embora os conceitos concretos, objetivos e simples sejam facilmente entendidos, quando há necessidade de análise e integração mais complexa, o entendimento fica comprometido.
As dificuldades mais expressivas são observadas nas seguintes áreas:
- Viso-espacial: Dificuldade em distinguir diferenças entre formas, tamanhos, quantidades e comprimentos, com dificuldade também em calcular distâncias;
- Motricidade: Prejuízo na coordenação motora fina (escrever, desenhar, recortar, amarrar os sapatos, dentre outras), e equilíbrio (andar de bicicleta, praticar esportes). Crianças com TANV costumam ser desajeitadas e deixam objetos cair com frequência.
- Linguagem: Dificuldade em compreender a linguagem corporal e expressões faciais. Fala repetitiva e descontextualizada, com entonação e modulação do volume pobre.
- Orientação espacial e percepção: Como há dificuldade em assimilar a orientação espacial, apresenta prejuízo nos trabalhos com mapas e quebra-cabeça. Na matemática há troca dos símbolos das operações e a grafia e organização com as atividades são criticadas.
- Interação social: Poucos amigos devido à interpretação literal de eventos e inabilidade em perceber pistas não verbais, que são relevantes nas interações sociais. É importante ressaltar que a resistência na mudança de rotina os torna menos flexíveis para lidar com as constantes modificações impostas pelo ambiente social.
- Aprendizagem escolar: Dificuldade na matemática, educação física e educação artística. Dificuldade também para entender as aulas, textos ou enunciados de questões.
A intervenção no processo de aprendizagem da criança com TANV exige a parceria entre família, escola e especialistas. O Psicopedagogo é o facilitador neste processo, reconhecendo as capacidades e habilidades, e desenvolvendo estratégias que facilitem a aprendizagem. É importante ressaltar a importância do trabalho com métodos tradicionais, enfatizando as habilidades de memorização verbal, devido aos déficits nos processos intuitivos, excluindo as abordagens Construtivistas e Sócio-Construtivistas. A intervenção deverá englobar os aspectos psicopedagógicos, fonoaudiológicos e psicológicos.
A avaliação de uma criança com TANV deve ser realizada por equipe multidisciplinar, a partir dos instrumentos neuropsicológicos que compreendem os domínios da inteligência, desempenho escolar, habilidades sensório-motoras, processamento viso-espacial, matemática e funcionamento psicossocial.
Celeste Chicarelli – celestechicarelli@hotmail.com
Pedagoga – Especialista em Psicopedagogia/Neuroeducação/Neuropsicologia
Screener da Síndrome de Irlen
Tutor Cogmed – Treino Cognitivo

Como detectar transtornos de aprendizagem

Problemas com métodos de ensino são os que mais afetam o desempenho das crianças (Foto: Welinton/SXC.hu)

Pesquisas mostram que, em países em desenvolvimento cerca de 40% dos alunos de séries iniciais têm dificuldades de aprendizagem. Destes, apenas 6% têm distúrbios de origem neurobiológica
AMANDA POLATO

Em toda sala de aula, há estudantes que aprendem com mais facilidade e outros que têm dificuldade para acompanhar as lições. Ninguém está a salvo de tirar notas baixas vez ou outra. Mas o que fazer quando os problemas são persistentes? Há quem fique anos sem conseguir se adaptar ao ritmo das turmas ou mesmo aprender o básico – ler e escrever. Pais e professores são os primeiros a perceber sinais de que algo não vai bem. Porém, nem sempre conseguem identificar as causas do problema.

Em geral, os docentes não são preparados para perceber o que impede o aprendizado dos alunos, diz Sandra Torresi, professora de neuropsicologia na Universidade de Morón, na Argentina. Ela diz que eles não são obrigados a fazer diagnósticos, até porque isso depende da avaliação de diversos profissionais, como psicopedagogos, fonoaudiólogos, neuropsicólogos, neurologistas, psiquiatras, entre outros. “Mas ainda falta compreensão sobre o processo de aprendizado em si. Muitos professores não conhecem nem o desenvolvimento normal das crianças. E só ensina bem quem sabe como se aprende”, afirma Sandra.
No Brasil e em outros países em desenvolvimento, pesquisadores estimam que de 40% a 42% dos alunos nas séries iniciais tenham dificuldades para aprender. Destes, 4% a 6% têm transtornos de origem neurobiológica.
As dificuldades no aprendizado podem decorrer de falhas no método de ensino e no ambiente escolar. Também podem pesar fatores relacionados à vida familiar e a condições psicológicas da criança.
Nos transtornos ou distúrbios de aprendizagem, há problemas em áreas específicas do cérebro. “Há uma característica de origem genética, neurobiológica. A criança nasce com uma falha de processamento. Não quer diz que não vá aprender, ela vai, só que de uma forma diferente”, diz Sylvia Ciasca, livre-docente em neurologia infantil na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do Laboratório de Dificuldades, Distúrbios de Aprendizagem e Transtornos da Atenção (Disapre) da instituição. Segundo a professora, os distúrbios são mais raros que as dificuldades escolares.
Rosa Maria Junqueira Scicchiato, psicopedagoga e professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), diz que, em sua experiência de atendimento clínico, é mais comum se deparar com problemas do sistema educacional. “Já vi casos de meninos que não sabiam ler e escrever porque nunca ninguém tinha sentado com eles e ensinado. Apenas isso. Não tinham nenhum transtorno. Foi só dar atenção, usar método adequado, e eles aprenderam.” Para ela, salas lotadas e formação de professores deficientes em todo país são os maiores vilões do ensino.
Quais são os principais transtornos
As pesquisas científicas sobre distúrbios de aprendizagem são relativamente recentes – ganharam relevância a partir dos anos 1980. Ainda não existem testes padronizados mundialmente para diagnosticá-los, embora haja referências importantes. Com isso, é difícil encontrar crianças com diagnóstico fechado de outros transtornos além dos mais conhecidos como dislexia e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou sem Hiperatividade (TDA).
A dislexia é um distúrbio específico das operações relacionadas ao reconhecimento das palavras, segundo definição do livro Transtornos da Aprendizagem: Abordagem neurobiológica e multidisciplinar, da neuropediatra brasileira Newra Tellechea Rotta e outros autores (Editora Artmed). Os disléxicos têm dificuldade para identificar as letras com precisão e velocidade e para formar as sílabas. Há diferentes graus de comprometimento e os sintomas variam conforme a idade. Crianças em fase escolar costumam sofrer para adquirir a habilidade de leitura e escrita e, quando conseguem, fazem tudo num ritmo mais lento que os colegas. Para elas, são atividades penosas copiar textos da lousa, escrever redações e fazer provas dissertativas.
Um adulto com dislexia apresenta falhas principalmente no hemisfério esquerdo do cérebro e em regiões parietais – áreas responsáveis pelo processamento da linguagem. Elas acabam sendo menos ativadas do que deveriam no momento da leitura e da escrita. Com tratamento, o disléxico consegue aumentar a ativação das regiões, mas nunca da mesma maneira que uma pessoa sem o transtorno. Sylvia Ciasca, da Unicamp, afirma que o cérebro é capaz de se adaptar e encontrar outras formas de cumprir suas funções.
>> Reconheça sinais de dificuldades de aprendizagem do seu filho
>> “Sofri muito bullying”, diz adolescente com dislexia
O TDAH e TDA não são definidos, necessariamente, como transtornos de aprendizagem, mas, por afetar a atenção e concentração – aspectos essenciais para os estudos – geralmente causam dificuldades. Além disso, é comum a coexistência de distúrbios. “De cada 100 crianças com TDAH, 10 a 15 também apresentam outro transtorno de aprendizagem”, diz Luis Augusto Rohde, livre-docente pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professor de psiquiatria da infância e adolescência na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo ele, há grande diferença entre uma pessoa com algum grau de agitação e uma desatenta e hiperativa. “Passa a ser problema de saúde quando traz prejuízos na vida do indivíduo.” A criança com o transtorno tem sintomas persistentes em diversos ambientes – na escola, com a família e os amigos. Está praticamente todo tempo em movimento e sofre para se focar em apenas uma atividade.
Outros distúrbios – menos diagnosticados, porém cada vez mais estudados – são as discalculias, as disgrafias e o transtorno não verbal.
Um estudante com discalculia é aquele incapaz de aprender matemática. Não se trata de dificuldades pontuais em algumas séries em que a disciplina fica mais exigente, mas da impossibilidade de aprender conceitos básicos. “A criança com o transtorno pensa em outra lógica e não consegue, por exemplo, transformar quantidades em números ou entender que a sequência numérica é da esquerda para a direita”, afirma Ângelo Rezende, neurologista da infância e adolescência e pesquisador da Universidade de São Paulo. Ele conta o caso de uma menina de 9 anos, com quadro grave de discalculia, que decorou os números, mas não tinha entendido o que representavam. Para ela, cada um deles era um personagem diferente em uma história. Estudos com ressonância mostram que, no cérebro das crianças com discalculia, há menor ativação nas regiões pré-frontal e parietal durante as tarefas de cálculo.
As disgrafias são os transtornos relacionados à escrita. São causados por falhas em áreas do cérebro responsáveis pela parte motora fina (lobo frontal). As pessoas com dificuldades nesse campo não conseguem controlar plenamente pequenos músculos em suas mãos. Os problemas da escrita atrapalham a comunicação e exigem muito esforço dos estudantes, que, por vezes, ficam com pouca energia para prestar atenção no conteúdo do texto. “Normalmente, o computador é um grande aliado no tratamento dessas crianças”, afirma Sandra Torresi, da Universidade de Morón.
O transtorno não verbal (Tanv) é um tipo raro de distúrbio e está ligado a procedimentos de estudos. A psiquiatra Gabriela Dias, especialista em saúde mental e desenvolvimento infantil pela Santa Casa do Rio de Janeiro, diz que o Tanv afeta principalmente a coordenação motora, a percepção sensorial e espacial e as habilidades sociais. Alguns dos sintomas são semelhantes aos de crianças com autismo e síndrome de Asperger. Elas costumam ter poucos amigos, fazem interpretação literal de eventos e mantêm conversas fora de contexto. Também têm dificuldades para analisar, organizar e sintetizar as informações.
Todos os especialistas ouvidos por ÉPOCA deixam claro que nenhuma criança com dificuldades de aprender ou distúrbios tem inteligência abaixo do normal. Elas precisam apenas de outras estratégias e, muitas vezes, de atendimento especializado para avançar nos estudos. “Quando não conseguem aprender, as crianças sofrem. E são chamadas de desinteressadas, preguiçosas, burras”, diz Sandra Torresi. “Elas precisam de atenção, métodos de ensino adequados, estímulos positivos e que alguém mostre a elas o que fazem bem, não apenas no que vão mal.”

Diferenças entre Síndrome de Asperger e TDAH

As diferenças entre Asperger e TDAH são sutis, mas distinta. Saber diferenciar entre os dois é importante para os pais e os avaliadores.Síndrome de Asperger e TDAH têm muitas semelhanças superficiais. Ambos podem envolver problemas de comportamentos de desatenção . Na verdade, as crianças com transtornos do espectro do autismo (TEA) são freqüentemente diagnosticados com TDAH antes de um diagnóstico de autismo de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. No entanto, as duas condições não são as mesmas. É importante para os avaliadores serem capazes de fazer um diagnóstico diferencial completo entre TDAH e Asperger. Também é importante que os pais sejam capazes de dizer a diferença em seus próprios filhos que têm ambos os diagnósticos. 

ASPERGER E TDAH NA COMUNICAÇÃO
Por definição, Asperger não inclui qualquer atraso significativo na linguagem (em oposição ao autismo). Entretanto, aqueles com Asperger tendem a ter diferenças marcantes na forma como eles usam a linguagem e tendem a ter deficiências de linguagem que não são normalmente encontrados em crianças com inteligência acima da média ou que têm apenas TDAH .
Aqueles com Asperger tendem a ter deficiências na sua compreensão da linguagem não-literal, como gírias ou significados implícitos. Eles também tendem a ser mais detalhados e ter conversas mais unilateral que são movidos por seus próprios tópicos de interesse. Eles têm mais dificuldades para fazer mudanças em conversas ou falar sobre um tema de interesse de outro alguém. Aqueles com Asperger às vezes também exibe menos de inflexão em sua voz. Em contraste, aqueles com TDAH podem ter interesses que eles gostam de falar e eles podem amar falar, mas suas conversas são mais recíprocas. Eles podem revezar-se de conversação e eles podem mudar de assunto para acomodar os interesses dos outros mais facilmente. Aqueles com TDAH também não tendem a ter deficiências específicas em sua compreensão e uso de linguagem não-literal e falar com tom normal de voz. DIFERENÇAS DE SOCIALIZAÇÃO COM TDAH E DE ASPERGER

Aqueles com Asperger tendem a ter dificuldade em interpretar comunicação não-verbal e as nuances mais sutis de situações sociais. Por exemplo, eles não podem facilmente distinguir entre os comportamentos que podem ser adequados em um cenário e não em outro, ou eles podem ter dificuldades em interpretar expressões faciais ou posturas dos outros. Em contraste, aqueles com TDAH podem se distrair e não prestar atenção tanto a essas coisas, mas eles entendem e interpretam adequadamente. Enquanto que aqueles com TDAH pode ser mais impulsivos e menos atento às necessidades de outros, resultando em mais 'maus comportamentos', eles podem facilmente considerar as perspectivas dos outros e eles facilmente participam em mais reciprocidade, ou dupla-face, nas interações sociais. Em contraste, aqueles com Asperger tendem a ser mais excêntricos e unilateral em sua abordagem para os outros. Não é que eles são indiferentes aos outros, mas que eles realmente têm uma dificuldade em considerar a perspectiva dos outros. MAIS SOBRE ESTE 
Crianças Asperger e outras informações úteis para o diagnóstico
CONDIÇÕES COMORBIDADE ASPERGER
As dificuldades linguísticas e sociais para as crianças com Asperger tendem a resultar em prevenção de muitas situações sociais. Eles têm um monte de problemas e muitas vezes não entendem o porquê. Muitas situações sociais se tornam de uma forma muito estressante, especialmente com os colegas, e eles podem preferir adultos. Especificamente, é muitas vezes necessário o ensino de habilidades sociais para crianças com autismo . Crianças com TDAH podem ter conflitos de pares por causa de dificuldades de comportamento, no entanto, eles são mais socialmente orientadas.

DIFERENÇAS SENSORIAIS EM ASPERGER E TDAH

Todas as pessoas tendem a ter temas preferenciais de interesses ou atividades. No entanto, para aqueles com síndrome de Asperger, essas coisas muitas vezes pode ser abrangente e ficar no caminho de mais rotinas funcionais. Seus temas preferidos ou atividades também tendem a ter uma qualidade sensorial buscando a eles (muitas vezes visual ou tátil) e incluem a repetição. Eles também podem ser excessivamente sensível a coisas como som e eles tendem a se facilmente sobrecarregados com a entradas sensórias.
Crianças com TDAH costumam responder melhor às experiências que são altamente estimulantes. É por isso que eles podem se sentar por horas jogando um jogo de vídeo game, já enquanto assistem aula n a escola pode ser muito difícil. No entanto, eles tendem a processar a entrada sensorial de um modo típico. Aqueles com TDAH não necessariamente buscam experiências sensoriais de uma forma repetitiva ou excêntrica. Asperger Vs TDAH
Asperger inclui muitas dificuldades de comunicação, social, e as dificuldades sensoriais que são distintas no TDAH. Enquanto os dois distúrbios podem resultar em dificuldades comportamentais e sociais, é importante para os cuidadores e essencial para os avaliadores olhar além da superfície e distingui-las. 
AS AVALIAÇÕES QUE DEVIDAMENTE DIFERENCIAM ENTRE ASPERGER E TDAH PODE LEVAR A INTERVENÇÕES MAIS ADEQUADAS PARA AS CRIANÇAS.

Referências:Associação Americana de Psiquiatria. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais Revisão Edição de Texto IV. 2000Read more at Suite101: Diferença entre Síndrome de Asperger e TDAH |Suite101.com http://suite101.com/…/difference-between-aspergers-and-adhd…