quinta-feira, 9 de junho de 2016

Especial: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Como tratar e amenizar os seus efeitos




Sim, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA) é real! É um distúrbio neurobiológico que atinge principalmente as crianças, mas que pode ser diagnosticado em adolescentes e adultos. Embora ainda exista muita polêmica e controvérsia sobre o assunto, é bom que se esclareça que é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que, se não tratado com seriedade e dedicação, pode trazer consequências para o futuro dos pequenos. Neste post especial você vai encontrar informações confiáveis sobre o problema e sugestões de como tratar e amenizar os seus efeitos no dia a dia.

Preste atenção!

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é neurobiológico e se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Suas causas são genéticas e ele aparece na infância, normalmente acompanhando a pessoa por toda a vida. Às vezes, pode ser chamado de DDA (Distúrbio do Deficit de Atenção). Esse transtorno ocorre em 3% a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo, sendo o mais comum entre as crianças e adolescentes que não são encaminhados para serviços especializados. Em mais da metade desses casos, o TDAH continua presente na vida adulta, embora os sintomas sejam mais brandos.
Principais causas
Existem estudos demonstrando que a predominância do transtorno é parecida em diferentes regiões, mostrando que fatores culturais, o modo como os pais educam os filhos e o resultado de conflitos psicológicos não interferem para o surgimento do déficit.
Esses estudos também mostram que os portadores possuem alterações na região frontal e nas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável por controlar ou inibir comportamentos inadequados, pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
O que é alterado nessa região cerebral é o funcionamento dos neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informações entre as células nervosas – os neurônios. Existem causas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões. Elas são:

Hereditariedade

Os genes não são responsáveis pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes começou a ser considerada, inicialmente, a partir de observações de que as famílias de portadores tinham parentes também afetados, aparecendo de forma mais frequente do que em famílias que não tinham crianças com o déficit. O predomínio da doença entre os parentes é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral – isto é chamado de recorrência familiar.
Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nas situações com adotados comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença entre os dois grupos. Eles mostraram que os pais biológicos têm três vezes mais TDAH que os pais adotivos.
Os estudos com gêmeos compararam univitelinos e fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do transtorno (presença ou não, tipo e gravidade). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos tem 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50%) e se neles aparecem mais os sintomas de TDAH do que nos fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos, pois os pais são iguais, o ambiente e a dieta são os mesmos e assim por diante. Quanto mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a doença, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TAAH.
É importante saber que no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, assim como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca se deve falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece é que a predisposição envolve vários genes, e não um único – como é regra para várias características físicas. Além disso, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros. Eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.

Substâncias ingeridas na gravidez

A nicotina e o álcool, quando ingeridos durante a gravidez, podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoólatras têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente demonstram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.

Sofrimento fetal

Alguns estudos mostraram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. Mas a relação de causa não é clara. Umas das teorias é de que mães com TDAH, por serem mais desatentas, possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem e que passa ao filho é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.
Exposição ao chumbo
Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.

Problemas familiares

Algumas teorias sugeriam que problemas familiares, como alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e família com níveis socioeconômico mais baixo, poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Porém, estudos recentes têm descartado esta ideia. As dificuldades familiares podem ser mais consequências do que causa do TDAH na criança e mesmo nos pais. Assim, problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.

Mitos

Outros fatores já foram citados e posteriormente abandonados como causa de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade:
  • Corante amarelo
  • Aspartame
  • Luz artificial
  • Deficiência hormonal (principalmente da tireoide)
  • Deficiências vitamínicas da dieta.
Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram descartadas.

Qual a situação atual dos países desenvolvidos em relação ao tratamento do TDAH?

No Canadá, numa população alvo de aproximadamente 13 milhões, 8 milhões encontram-se em tratamento.
Na Alemanha, numa população alvo de 25 milhões de habitantes, aproximadamente 8 milhões encontram-se em tratamento.
Nos Estados Unidos, numa população alvo em torno de 25 milhões de pacientes, mais de 10 milhões encontram-se em tratamento.
No Brasil, de uma população alvo em torno de 17 milhões, somente 30 mil pacientes estão em tratamento.

Ainda existem dúvidas

Ele é reconhecido oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por vários países do mundo. Em alguns desses países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei por receberem tratamento diferenciado na escola. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas ideias sobre todos os aspectos de um transtorno.


Diagnosticando o déficit

As crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade têm dificuldade em manter a atenção ao longo do tempo necessário para as atividades. Também fazem vária atividades ao mesmo tempo e com pouca qualidade, o que frequentemente gera impacto negativo na aprendizagem escolar. Os portadores podem ser bastante agitados e exibir comportamentos exagerados, como mexer pés e mãos, correr e saltar em demasia, como sintomas de hiperatividade. “Entretanto, a hiperatividade não é um sintoma obrigatório, diferentemente da alteração da atenção, segundo padrões do que é esperado para cada faixa etária”, explica a neuropsicóloga Carla Cristina Adda. Lembrando que as dificuldades devem ser observadas em mais de um ambiente, como em casa e na escola.

Como reconhecer?

Além da dificuldade na aprendizagem escolar e no cotidiano, as crianças com TDAH podem esquecer e perder objetos, ser desorganizadas com seus materiais, não terminar o que começaram e ter dificuldades em seguir regras, sejam elas escolares ou de jogos e brincadeiras infantis. Observa-se também impulsividade em respostas ou comentários cotidiano. “São comuns também queixas de memória, como esquecer letras já aprendidas ou recados, pois a atenção tem estreita relação com os mecanismo de aquisição e registro de informações”, alerta a profissional. As crianças podem ser bastante agitadas e costumam apreciar e ter bom desempenho em jogos de videogame, pela rapidez e brevidade características desses jogos.

Qual o diagnóstico correto?

O diagnóstico é inteiramente clínico, feito com base nos sintomas, assim como a síndrome do pânico e a depressão. Por conta disso, não é necessário exame de ressonância, eletroencefalograma ou qualquer outro que avalie características físicas.Os médicos afirmam que os pais não precisam se sentir inseguro por conta do diagnóstico ser feito sem exames, pois é assim que a psiquiatria funciona. outros profissionais, como pediatras e neurologistas especializados na doença, também podem auxiliar no processo de diagnóstico.As classificações internacionais estabelecem uma lista de sintomas a serem observados antes dos 12 anos, que incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade. “Assim, para serem considerados significativos, é necessário que a criança apresente um número mínimo de sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade, que devem estar presentes por pelo menos seis meses e não serem compatíveis com a idade do indivíduo”, diz Carla Cristina. Ou seja, os pais devem ficar atento se as ações praticadas pelas crianças são características de sua idade atual. Como esse transtorno pode apresentar comorbidade (termo utilizado quando duas ou mais doenças possuem causas relacionadas) com outros transtornos, salienta-se a necessidade de avaliação criteriosa médica e neuropsicológica, para seu correto diagnóstico.
Por ser clínico, o diagnóstico de TDAH é baseado em critério de classificações internacionais e nos procedimentos:
Entrevista clínica de anamnese e observação do comportamento: permitem coletar dados sobre as queixas atuais e o histórico sobre o desenvolvimento neuropsicomotor, desempenho escolar e relacionamento familiar e social;
Avaliação neuropsicológica: permite avaliar potenciais e fraquezas no desempenho cognitivo (processo de aquisição de conhecimento). Realiza-se a comparação entre pessoas da mesma idade e escolaridade, assim como a comparação do desempenho individual nas várias funções cognitivas. Isso permite estabelecer se há alteração da atenção e do funcionamento executivo, compatíveis com a sugestão diagnóstica de TDAH;
Preenchimento de escalas de avaliação de sintomas por familiares e professores.
O TDAH já foi considerado um distúrbio predominantemente do sexo masculino, mas estudos têm mostrado que o número de mulheres pode ser igual ao de homens. Entretanto, em comparação com meninos, as meninas são mais propensas à desatenção do que a sintomas de hiperatividade e impulsividade que recebem diagnóstico de TDAH, geralmente mais tardio do que os meninos.
TDAH e os superdotados: O TDAH, na verdade, não possui relação direta com nenhum outro problema. Ele é um transtorno neurobiológico altamente genético e pode ocorrer em qualquer tipo de criança, tanto naquelas com inteligência normal, quanto nas superdotadas. Elas são independente e podem ocorrer ou não ao mesmo tempo.

Por onde começar?

Você provavelmente conhece alguma criança ou já ouviu algum pai falando que seu filho não consegue ficar quieto, está sempre correndo para lá e para cá, sobe no sofá a cada 5 minutos e não para de pular na cama. E, quando está na escola, não mantém a atenção por muito tempo e constantemente é repreendido pelos professores por atrapalhar os colegas. Toda essa agitação tem nome: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – conhecido como TDAH.
O diagnóstico desse transtorno não é tão simples de ser feito (as vezes, ocorre somente depois de adulto) e exige acompanhamento de médicos e especialistas, mas você sabe quais profissionais procurar quando o TDAH é constatado e quais os primeiros passos a serem dados? Confira:

Conhecendo as estratégias

Um dos aspectos mais importantes que os pais devem saber logo que é diagnosticado o TDAH é que, para ser possível haver o controle em casa do comportamento resultante desse transtorno, é preciso ter um conhecimento correto do distúrbio e suas complicações. “Muitas vezes, é importante um acompanhamento para os pais a fim de que aprendam a lidar e manejar os sintomas do filho. Faz-se necessário que eles conheçam as melhores estratégias  para auxiliar na busca de mais qualidade de vida”, afirma a psicóloga clínica, Ellen Queiroz. Ou seja, é fundamental que exista uma interação positiva e construtiva entre pais e profissionais para, assim, tornar a qualidade de vida da pessoa com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade cada vez melhor.

Quem pode ajudar?

O tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicossociais e psicofisiológicas. É importante que o acompanhamento seja feito por uma equipe multidisciplinar, na qual cada um exerce a sua parcela de contribuição no processo”, alerta a psicóloga. Confira alguns dos profissionais que auxiliam no tratamento do déficit de atenção e hiperatividade:
  • Professores
  • Psiquiatras
  • Neurologistas
  • Psicopedagogos
  • Psicólogos
  • Nutricionistas

E o fonoaudiólogo?

O tratamento com esse profissional também é indicado, pois a pessoa que possui TDAH apresenta dificuldade na leitura (dislexia) ou na expressão escrita (disortografia). “Esse acompanhamento é importante devido à dificuldade em manter a atenção. Além disso, a desorganização e a inquietação atrapalham bastante o rendimento escolar”, esclarece a psicóloga.

Qual o papel do psicólogo?

Esse profissional ajuda o paciente com técnicas para lidar com sua rotina pessoal e escolar, além de trabalhar suas crenças e pensamentos em relação à doença. “Muitas vezes, a criança com TDAH é excluída no ambiente escolar e fortemente repreendida pela família. Por isso, a orientação de pais e educadores é muito indicada como forma de amenizar o sofrimento da criança e favorecer um ambiente sadio para seu desenvolvimento!, complementa Ellen Queiroz.
Em outras palavras, é necessário que haja o acompanhamento da criança e da família. Dessa forma, é possível desenvolver ações sobre como trabalhar as crenças do paciente e dos pais a respeito de determinados comportamentos e conhecer e entender os conceitos básicos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Hora da leitura

Após o diagnóstico do TDAH ser confirmado, a busca por ajuda profissional e a aceitação da família são passos importantes. Mas também é possível encontrar auxílio sobre o que fazer e como agir por meio de livros. Confira algumas opções:
Pisando no freio: com uma linguagem leve, o livro busca informar aos jovens o que é o déficit de atenção, explicando a diferença entre ter ou não ter hiperatividade. Também é indicado para a leitura dos pais, que são responsáveis por passar maior  confiança às crianças sobre o TDHA. Editora: Artmed, R$ 31,00. Autores: Patricia O. Quinn e Judith M. Stern.
Uma tartaruga a mil por hora: voltado para o público infantil, o livro conta a história de uma tartaruga que, contrariando os outros animais de sua espécie, faz tudo rapidamente. Dessa forma, ensina como lidar com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade de maneira mais simples. Editora: Ciranda Cultural, R$ 14,00. Autora: Márcia Honorato.

Atendimento ao público

Você sabia que é possível encontrar ajuda médica especializada de forma gratuita em diversos estados do país? Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e espírito Santo oferecem esse serviço. Para maiores informações sobre a localidade, basta acessar o site www.tdah.org.br.

Apoio familiar

O diagnóstico desse transtorno é um processo que envolve diversos aspectos, sendo que problemas biológicos e psicológicos variados podem contribuir para a manifestação dos sintomas apresentados. “Muitos pais demoram a procurar ajuda ou não aceitam o diagnóstico por pensarem que é coisa da idade, que vai passar com o tempo. Porém, o envolvimento da família nesse processo é primordial, por isso deve haver um acompanhamento após o diagnóstico da criança com TDAH”, explica Ellen Queiroz, psicóloga clínica.

O TDAH existe sim!

Logo no início do diagnóstico, é comum que os pais fiquem com dúvidas e demorem a acreditar que seus filhos tenham mesmo o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Porém, é importante o conhecimento da doença e a aceitação do problema para uma melhor qualidade de vida para a criança e a família. “Quando os pais amadurecem e passam a aceitar o filho com suas dificuldades e limitações. o processo flui e a criança consegue ser incluída no ambiente que frequenta. Nesse momento os pais deverão encontrar situações prazerosas para o seu filho, tendo uma percepção dos seus esforços , empenho e talento”, esclarece a psicóloga. Em outras palavras, pais e parentes bem informados facilitam o tratamento e diminuem os possíveis problemas ocasionados pelo TDAH.
Embora o diagnóstico em adultos seja menos comum, as vezes ocorre e o apoio familiar também é fundamental. Porém, Ellem aconselha que a própria pessoa que sofre com o transtorno busque ajuda, sem depender da influência de parentes, por exemplos. “O interessante é que o adulto por si só procure ajuda e tratamento, pois comportamentos de TDAH numa relação podem gerar desconfortos, crises no relacionamento ou até mesmo brigas fáceis”, alerta a profissional.

10 mandamentos

Quando existe consciência sobre os problemas que o TDAH pode causar na vida das crianças, fica mais fácil minimizar esses efeitos. Então, confira algumas dicas simples que podem contribuir para maior eficácia do tratamento desse transtorno:
 – Reforce os aspectos positivos da criança, parabenizando por seus acertos
 – Dê instruções claras e objetivas, facilitando o entendimento
 – Incentive a criança a terminar aquilo que já iniciou
 – Seja presente no âmbito escolar do filho, assim fica mais fácil saber como está o desempenho em diversos aspectos da vida
 – Estimule a autonomia da criança, incentivando-a a realizar certas atividades, mas sempre de acordo com sua idade
 – Por mais corrido e atribulado que seja o dia a dia, tenha tempo para interagir e brincar com o filho
 – Tente manter sempre o ambiente doméstico o mais organizado possível
 – Crie uma rotina diária consistente, ou seja, com horários bem estabelecidos e pouco mutáveis
 – Tenha conversa frequentes com a criança e pergunte como ela se sente e se acredita que alguma coisa deve mudar
 – Quando a criança fizer algo inapropriado, diga que foi errado e explique como seria a maneira mais correta.

Bom exemplo

Para o sucesso do tratamento, a ajuda dos pais é de extrema importância, uma vez que os aspectos sociais e emocionais deles, assim como os métodos utilizados na educação do filho, influenciam nas atitudes e comportamentos apresentados pela criança”, diz Ellem.
Ou seja, além de explicar as coisas de forma mais objetiva, os pais também precisam ensinar através de exemplos, pois a assimilação torna-se mais completa e fácil. Dessa forma, crianças com TDAH conseguem entender e aplicar melhor os ensinamentos, aumentando a qualidade de vida.

Regras em dia

É importante não confundir compreensão sobre os sintomas que o TDAH provoca com displicência na hora de educar as crianças, ou seja, conforme explica a profissional, é fundamental lembrar que não é por causa do transtorno que pais e professores devem pegar leve com a criança e deixar de estabelecer limites e regras. “Para tal, é necessário construir um processo educativo e isso exige um exercício fundamental de ambas as partes, como diálogo, ter respeito em relação ao tempo da criança, escutar, aprender e ensinar”. acrescenta Ellen.

Vamos aprender?

O TDAH atrapalha – e muito – o rendimento escolar. Pensando nisso, profissionais explicam como superar esse obstáculo e conseguir tirar de letra esse desafio!
Ao contrário do que muitos pensam, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade não é considerado uma dificuldade de aprendizagem, apesar de as pessoas que possuem esse transtorno apresentarem maiores dificuldades na hora do estudo. Segundo a psicóloga Rafaella Silveira, isso não ocorre por uma dificuldade de aprendizado, e sim porque essas pessoas possuem outras características que dificultam o processo, como a desatenção, hiperatividade e impulsividade. “Porém, uma vez que estejam adequadamente tratados e medicados, e já não possuem deficiências na capacidade de aprender, podem passar por esse processo tranquilamente”, diz Rafaella.

Atenção aos sinais

Segundo a profissional, professores e pais podem estar atentos a sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade comum em atividades que exigem mais esforço mental. Veja:
Desatenção é a dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e profissionais; problemas em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade de organizar tarefas e atividades; evitar ou relutar em envolver-se em tarefas que exigem esforço mental constante; perder objetos necessários para tarefas ou atividades; ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimento em atividades diárias.
Hiperatividade é uma agitação excessiva das mãos ou dos pés, abandonar a cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado; correr ou escalar excessivamente quando isso é inapropriado; dificuldade de brincar ou envolver-se silenciosamente em atividade de lazer; estar frequentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se estivesse a “todo vapor“; falar em demasia.
Impulsividade é dar respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido concluídas; ter dificuldade de esperar a sua vez e interromper ou intrometer-se nos assuntos dos outros. Mas para que se posso considerar TDAH, é importante, que tais sinais sejam observados em conjunto – até antes dos 6 anos de idade, que estejam presentes por um período de no mínimo 6 meses, em dois ou mais ambientes frequentados pela criança

Sem dramas

“Na educação atual, felizmente, tem-se como que estabelecidos que  turmas especiais para pessoas com dificuldades de aprendizagem é algo improdutivo e ultrapassado. Não se trata de uma doença contagiosa, e sim de uma característica de aprendizagem, ou seja, quem tem TDAH tem total possibilidade de aprender e ser o que quiser na vida, basta que o ensino seja adequado à sua necessidade”, diz a psicóloga Adriana Serrano.
A profissional explica que cada um possui um jeito muito próprio de aprender – cada pessoa tem a sua necessidade educacional. Portanto, não é prático que a escola atenda a cada necessidade individual, ou seja, um professor, em sala de aula, programa seu método de ensino a partir de uma expectativa de aprendizado médio, que pode, inclusive, ser muito rápida para uns e muito lenta para outros.
“Dependendo do andamento geral da turma, o professor deve estar sempre aberto para rever seus métodos de ensino, visando a uma boa aprendizagem para aquela turma em particular. Ele tira dúvidas particulares, explica de outra forma se algum aluno não entendeu, tudo para que todos possam seguir juntos no aprendizado do conteúdo”, diz Adriana. A medicação é importante, no sentido de minimizar os efeitos do processo neurológico que o transtorno apresenta, mas a profissional explica que o professor precisa fracionar as explicações e os exercícios em pedaços menores, para ajudar o aluno a acompanhar o conteúdo.
Ter um local calmo e silencioso para os estudos e evitar estímulos concorrentes, como televisão e videogame, é importante e pode trazer muitos resultados benéficos! “É interessante que a família torne os estudos algo prazeroso e interessante para a criança do ponto de vista prático: discutir o que foi noticiado pelo jornal, mostrar como se faz o orçamento familiar e desenhar a planta da casa, com necessidade de medir os cômodos e colocá-los no papel, por exemplo. Toda estratégia é bem vinda, desde que contribua com uma boa aprendizagem e com a construção de uma boa história escolar, associada a sentimentos de autoestima e autoconfiança”, conclui Adriana.

Conte com a ajuda de um especialista

É muito comum algumas pessoas apresentarem alguns desses sinais e já serem diagnosticadas com TDAH sem realmente ser. Rafaella Silveira diz que muitas crianças recebem cedo esse diagnóstico sem realmente possuir o transtorno. “Isso acontece porque os sintomas do TDAH são comuns a vários outros transtornos e também a sintomas normais do dia a dia que qualquer um pode ter, por isso, um profissional deve ser sempre consultado para que a melhor observação e análise possam ser feitas e o diagnóstico seja mais seguro”. E ainda, será que esses sintomas não estão ocorrendo também por motivos de ansiedade, conflitos ou outras situações difíceis que a criança pode estar passando? Fique atento!

Problema de gente grande

Os problemas de atenção e hiperatividade atingem crianças em idade escolar. Porém, muitos questionam se os adultos também podem sofrer desse mal. Segundo médicos e especialistas, a maioria dos portadores do TDAH na infância mantém sintomas evidentes ou residuais após a adolescência.
Hoje, estima-se que 1 em cada 20 crianças – cerca de 5% da população – tenha TDAH e que grande parte delas mantenha os sintomas e dificuldades na vida adulta. “É fundamental conhecer algumas peculiaridades desse transtorno para fazer o diagnóstico correto e tratá-la em qualquer fase da vida”, explica o neurologista Leandro Teles.

Entendendo a diferença

Ainda segundo o profissional, em adolescentes e adultos o transtorno é um pouco diferente de quando em crianças. A proporção entre homens e mulheres com a doença é quase a mesma e o comportamento hiperativo é menos evidente, pois, geralmente, os sintomas que predominam são a desatenção e a impulsividade. “O que incomoda mais na infância é a hiperatividade e o desempenho escolar. Por isso, casos sem hiperatividade e com rendimento escolar aceitável podem passar batidos”, explica Leandro.
Já o portador que está na vida adulta, possui outra demanda de atenção, além de já realizar diretamente suas escolhas. O TDAH pode afetar seriamente a qualidade de vida do indivíduo em todos os setores, seja na área afetiva, social, acadêmica ou profissional. A maioria possui quadros variáveis, como dificuldade de se organizar, planejar, administrar o tempo e lembrar-se de datas e compromissos importantes. “O baixo rendimento no trabalho, dificuldades conjugais, problemas em particular de projetos de médio e longo prazos, constantes atrasos e desorganização são queixas comuns de pessoas afetadas nessa faixa etária”, alerta Leandro.
No Brasil cerca de 2 milhões de brasileiros adultos sofrem de TDAH, em grande parte pelo não reconhecimento do transtorno.

Importância do diagnóstico

No Brasil, muitos ainda não recebem o diagnóstico na infância. Por isso, passam grande parte da vida com dificuldades e buscando adaptações constantes. “Eles são rotulados como malcriados, mimados, sem limites, deficientes intelectuais e excêntricos. Arrastam uma vida escolar problemática e evoluem com dificuldades sociais, familiares e de autoaceitação”, diz Leandro.
É importante ficar atento, pois o TDAH pode vir acompanhado ou até gerar outros problemas de saúde, tais como: ansiedade, depressão, distúrbios de conduta, dislexia e tiques. Assim, para um diagnóstico correto, é recomendada a busca de um profissional habilitado, que no caso dos adultos são os médicos neurologistas ou psiquiatras. O problema não aparece em exames, sendo o diagnóstico fruto de uma avaliação médica abrangente e estruturada durante uma consulta.
Porém, mesmo diagnosticados e medicados adequadamente, muitos adultos não conseguem lidar com os sintomas do TDAH, causando estresse em casa e no trabalho. Confira uma lista com orientações para uma melhor convivência com os sintomas:
Exercite-se. Verifique o tempo de exercício a cada dia, pois ele ajuda a aumentar o foco de atenção e a diminuir o excesso de energia.
Aceite a si mesmo e seus limites. O diagnóstico pode ajudá-lo a entender porque você age de uma certa maneira, mas não é uma desculpa para comportamentos inadequados. Você pode mudar.
Procure pessoas que o aceite. Junte-se a pessoas com quem você se sinta respeitado. Procure grupos de apoio em sua área ou crie sua própria rede de amigos.
Busque tempo no seu dia para relaxar. Deixe a sua família saber que quando você chega em casa do trabalho, você precisa de alguns minutos de silêncio antes de se dedicar às atividades familiares.
Crie um registro de atividades diárias para cada dia. Selecione as suas escolhas em ordem de importância. Veja o que precisa ser feito e complete os itens mais importantes primeiro. Se você se distrair, ainda assim você terá conseguido fazer os itens mais importantes do dia.
Use o seu relógio biológico em seu benefício. Se você é uma pessoa mais produtiva  no início do dia, coloque os itens mais importantes a serem realizadas no período da manhã. Gerencie suas atividades de modo que você tire o máximo proveitos de seus próprios padrões de produtividade.
Crie prazos para seus projetos. Aprenda a gerenciar o seu tempo. Esboce seus projetos estabelecendo prazos para cada etapa. Classifique suas metas com os respectivos prazos.
Realize todas as suas tarefas e atividades em etapas. Ao invés de olhar o projeto como uma longa e única tarefa a ser concluída, veja-o por partes. Não se preocupe com nenhuma outra coisa até completar o que estiver fazendo naquele momento.
Sistematize com antecedência a sua própria rotina. O uso de ajudantes organizacionais, listas de tarefas, agendas, gravadores, entre outros, é de grande valia para muitos.
Aprenda tudo sobre o TDAH. Quando mais informado você estiver sobre o seu problema, mais você estará preparado para lidar com as dificuldades diárias.

Atenção

Há inúmeras pesquisas mostrando que o TDAH está associado ao fracasso acadêmico, abandono escolar, acidentes de trânsitos, uso de drogas, álcool e divórcio, entre outras situações negativas na vida adulta. Por isso, o diagnóstico e os tratamentos são muito importantes para a pessoa ter uma vida mais tranquila.

Coaching comportamental

Esse tratamento foca no comportamento dos portadores de TDAH e ajuda na criação de estratégias para superar as dificuldades geradas pelo transtorno. Muito mias do que uma terapia, o coaching é uma força-tarefa na busca pelo equilíbrio comportamental das pessoas que sofrem com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) Realizado por psicólogos e especialistas na área, trata-se de um processo de orientação pessoal e individualizada, que auxilia na organização das tarefas diárias e propõe um enfrentamento prático do problema.
De maneira geral, o coaching é indicado para adolescente e adultos que sofrem com o transtorno, pois facilita o direcionamento de tarefas e ajuda a encaminhar melhor as atividades do dia a dia. “A pessoa que sofre com o transtorno e utiliza o coaching como forma de tratamento consegue lidar melhor com os sintomas”, comenta a neurologista Silvana Frizzo.
O coaching permite ao paciente uma viagem ao seu interior, buscando como e onde agem os comportamentos típicos do TDAH. Com isso a pessoa ganha reforço para trabalhar melhor suas habilidades – o que resulta em melhor autoestima e menos sentimento de inferioridade – e aprende a minimizar os efeitos da desatenção e da hiperatividade.

O tratamento

No coaching comportamental, o psicólogo tem uma meta mais específica com o paciente. Ele deve trabalhar de maneira direta os pontos de maior dificuldade do portador de TDAH. De acordo com artigo publicado pelo Instituto Paulista de Déficit de Atenção (IPDA), o Coaching Comportamental visa ajudar o paciente em questões específicas, ligadas a objetivos e metas pessoais. “O foco do coaching  é mais limitado, comparado à terapia – é indicado quando as queixas do cliente são bem definidas e quando não há sofrimento emocional importante”, destaca o artigo. Na verdade, ele é mais parecido com um treinamento, com o objetivo de desenvolver uma habilidade específica.
O coaching comportamental é utilizado para compreender as ações humanas como fenômenos de sua interação com o ambiente. Na filosofia da ciência do comportamento – concepção do ser humano inserido no meio natural – , tudo e todos são comportamentos, sejam eles ações observáveis, sentimentos ou pensamentos.
Entretanto, durante o processo, o especialista deve estar sempre um passo à frente do seu paciente, respeitando seu ritmo e levando-o a criar possibilidades diferentes daquela que está acostumado. “O coaching comportamental é ferramenta indispensável no tratamento do TDAH. Através dele, familiares e professores aprendem a lidar melhor com o paciente, que por sua vez, desenvolve sua autoestima, consegue ser melhor compreendido e pode até criar uma independência do medicamento”, finaliza Silvana.
As queixas mais trabalhadas pelo psicólogo no coaching comportamental são ligadas às dificuldades com estimativa do tempo; organização; execução de atividades não gratificantes; inibição do comportamento; perdas e esquecimentos frequentes; capacidade de planejamento a curto e longo prazo; manejo da raiva; assertividade e automonitoramento.
Dicas da especialista:
  • Use agendas
  • Procure ser organizado
  • Escreva recados importantes e cole em lugares estratégicos
  • Guarde coisas sempre no mesmo lugar

abda

No site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), os pais e pacientes podem encontrar uma lista de especialista que trabalham com o coaching comportamental, formas de tratamento e dicas para lidar com o transtorno (http://www.tdah.org.br/)

Terapias psicológicas? Além do uso de medicamentos, o TDAH também pode ser tratado por meio de terapias

Para que o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade seja realmente eficaz, é necessário que haja a combinação de métodos, ou seja, a pessoa que sofre com o transtorno precisa conciliar medicamentos e terapias. “A principal abordagem é psicológica, baseada na educação psico-educacional, na terapia comportamental e na terapia familiar. A medicação é complementar e deve ser utilizada conforme a gravidade do caso”, esclarece Moacyr Alexandro Rosa, psiquiatra e professor da UNIFESP.

Terapia cognitivo comportamental

Essa é considerada a principal forma de atendimento para pacientes com TDAH por apresentar bons resultados em termos de mudanças comportamentais de forma duradoura. “Essa abordagem psicoterápica caracteriza-se pela busca de mudanças nos afetos e comportamentos por meio da chamada reestruturação cognitiva, isto é, substituir crenças, pensamentos e formas de interpretar as situações que sejam negativas e disfuncionais por outras formas de pensar e perceber o mundo”, explica Maria Eduarda Vasselai, psicóloga infantil.
Em outras palavras, o profissional responsável por realizar a terapia cognitivo comportamental desempenha papel fundamental no tratamento do TDAH, pois atua com treino relacionado a soluções de problemas e melhores habilidades sociais. Além disso, proporciona formas de relaxamento e estabelece agendas de atividades rotineiras e de objetivos e metas a serem cumpridos. O terapeuta cognitivo comportamental também ensina como modificar as formas de pensar e lidar com  problemas que podem ser prejudiciais. “Ainda é importante frisar que as técnicas devem ser escolhidas de acordo com cada paciente, sua história de vida e do quadro sintomático, e características pessoais e ambientais. Também devem ser adequados a cada um, após o diagnóstico ser estabelecido”, complementa Maria Eduarda.

O que é psicomotricidade?

Essa forma de tratamento ocasiona bons resultados para pessoas com TDAH, uma vez que tem como base o desenvolvimento motor, afetivo e psicológico da criança, melhorando suas capacidades perceptivas e trabalhando seu esquema corporal, sua estruturação espacial e sua orientação temporal. “As intervenções motoras em uma criança co sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade podem influenciar positivamente no equilíbrio e no esquema corporal. A psicomotricidade pode ser uma ferramenta eficiente para o desenvolvimento motor, para melhorar a atenção, a concentração e o aproveitamento escolar”, justifica Maria Eduarda. Essa técnica utiliza exercícios que envolvem atividades motoras e emocionais, melhorando a aprendizagem e relacionamentos sociais.
A profissional ainda explica que quando o trabalho psicomotor está diretamente associado a atividades lúdicas (no caso do tratamento ser voltado para o público infantil) possibilita criar estratégias e ambientes adequados para o desenvolvimento da parte motora e dos aspectos psicossociais prejudicados pelas características do transtorno. A psicomotricidade trabalha aspectos como coordenação motora, disciplina e desenvolvimento da memória, por meio de jogos comuns, como cobra-cega e amarelinha.

Além dos medicamentos

Uma das melhores opções para o tratamento do TDAH são as terapias psicológicas, mas só o acompanhamento com profissionais não é o suficiente. “Como parte do trabalho psicoterápico com pacientes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, devem-se incluir sessões de atendimento aos pais, com o incentivo de busca de informações em literatura pertinente acerca do quadro de seus filhos, corrigindo-se concepções errôneas e propiciando conversas esclarecedoras sobre o transtorno”. acrescenta a psicóloga.
Mas atenção: É indicado que antes de ser feito o uso de determinadas técnicas da terapia cognitivo comportamental, seja feito o diagnóstico preciso do TDAH. “Quanto antes se buscar apoio, mais chances a criança terá de apresentar um desenvolvimento adequado a sua faixa etária, sem grande discrepância quando comparada a outras crianças de sua idade sem esse transtorno”, alerta a psicóloga.

Atenção especial

Além de auxiliar as crianças que sofrem com o transtorno, as terapias também podem ser ótima aliadas dos pais. “Eles também podem necessitar de apoio psicológico devido aparecimento de quadro depressivo e ansioso ou mesmo conflitos conjugais, os quais servem para exacerbar dificuldades de convivência familiar, podendo desestruturar ainda mais o ambiente e acarretar maiores dificuldades ao paciente com o transtorno”, finaliza Maria Eduarda.

Medicar é preciso? O assunto ainda rende muita polêmica

O TDAH exige uma força tarefa para seu tratamento, envolvendo profissionais de várias áreas, em conjunto com a família. A indicação de remédios é defendida por alguns especialistas como a maneira mais eficaz de amenizar os sintomas do transtorno – como a falta de foco, a impulsividade e a hiperatividade. Por outro lado, há quem condene as medicações utilizadas para essa finalidade, criticando seus efeitos colaterais e, principalmente, o uso indiscriminado do medicamento.
Para a neurologista Silvana Frizzo, a prescrição do medicamento é necessária para equilibrar substância químicas no cérebro que interferem no comportamento do seu portador. O medicamento serve para reequilibrar e reajustar essa falta, principalmente por via da dopamina, prejudicada nesses pacientes. “A terapia por si só ajuda a melhorar 30% do transtorno, já a ação do remédio controla 60%. Os dois juntos chegam quase a 100% de melhoria”, destaca Silvana.

Eficácia dos medicamentos

Um grande estudo realizado em centros universitários nos Estados Unidos e no Canadá (denominado MTA – Multimodal Treatment Assessment) teve por objetivo verificar até que ponto o uso de medicamento é eficaz no tratamento. No total, participaram da pesquisa cinco centros de estudos norte-americanos e um canadense, que analisaram 579 crianças que sofriam de TDAH.
De acordo com artigo publicado pela Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o resultado do estudo mostrou que as crianças tratadas com medicamentos, seja associado ao uso de psicoterapia ou não, tiveram elevado grau de melhora e um controle melhor dos sintomas. Ainda segundo o artigo, já foram realizados mais de 150 estudos internacionais com medicamentos que atualmente são usados para tratar o TDAH. O resultado encontrado, em quase todos,  é de que os medicamentos são eficientes e, sempre que são bem administrados, proporcionam uma sensível melhora aos pacientes.
Porém, é necessário ter certeza de que se trata mesmo do distúrbio. Muitos pacientes são medicados sem um diagnóstico certeiro, contribuindo para o exagero na prescrição medicamentosa e para um alto índice de efeitos adversos. “E vale lembrar que o remédio sozinho não soluciona o problema. É preciso planejar um conjunto de ações para o tratamento, incluindo medicamento, psicoterapia e até mesmo apoio familiar para obter sucesso”, salienta Silvia.
Para a psiquiatra Eloisa Helena Rubello Valler Celeri, do Ambulatório de psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Tdah não é sinônimo de medicação à base de metilfenidato. “Antes de prescrever o medicamento, o médico e a família devem avaliar bem os prós e os contras. Às vezes, uma orientação aos pais, uma ajuda pedagógica na escola ou terapia são suficientes para tratar a criança. O psicoestimulantes – Ritalina ou outros disponíveis no mercado brasileiro – é uma possibilidade, mas não necessariamente o único caminho para o tratamento”.

O risco da medicação

Algumas alas da medicina andam preocupadas com o uso indiscriminado das medicações para o tratamento do TDAH. Esses profissionais alertam sobre as reações adversas e a toxidade  dos remédios, que trazem prejuízos para o desenvolvimento das crianças.
De acordo com a médica pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM da Unicamp, as crianças ainda estão com o organismo em fase de formação e o uso dos remédios pode trazer graves consequências no futuro. “A Ritalina, assim como o Concerta (que tem a mesma substância da Ritalina – o metilfenidato, é um estimulante do sistema nervoso central – SNC), tem o mesmo mecanismo de ação das anfetaminas e da cocaína, bem como de qualquer outro estimulante. Ela aumenta a concentração de dopaminas (neurotransmissor associado ao prazer) nas sinapses (responsáveis pela troca de informações entre os neurônios e as células), mas não em níveis fisiológicos”, relata a médica.
Ela diz que é contra o uso dos medicamentos e não indica isso aos pacientes, pois considera um risco muito alto para o desenvolvimento da criança. “A lista de sintomas é enorme. Se a criança já desenvolveu  dependência química, ela pode enfrentar a crise de abstinência. Também pode apresentar surtos de insônias, sonolência, piora na atenção e na cognação, surtos psicóticos e alucinações. São dados registrados no Food and Drug Administration (FDA). Além disso, aparecem outros sintomas como cefaleias, tontura e efeito zombie like, em que a pessoa fica quimicamente contida em si mesma”, alerta a médica.
Ela salienta ainda que, no sistema cardiovascular, a droga pode causar hipertensão, taquicardia, arritmia e até parada cardíaca. Já no sistema gastrointestinal, pode provocar boca seca, falta de apetite, dor no estômago. “A droga interfere em todo o sistema endócrino, que interfere na hipófise. Altera a secreção de hormônios sexuais e diminui a secreção do hormônio do crescimento. Logo, as crianças ficam mais baixas e também essa droga age no peso. Verificando tudo isso, a relação de custo-benefício não vale a pena. Não indico metilfenidato para as crianças”, frisa Maria Aparecida.

Alternativas

Para a médica, o tratamento mais indicado é aquele que envolve toda a família. “Temos uma articulação mais recente que é o Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, o qual eu e o Departamento de Pediatria da FCM-Unicamp integramos. O nosso departamento é o seu membro fundador, tendo mais de 40 entidades acadêmicas profissionais e mais de 3.000 pessoas físicas no Brasil, que estão buscando difundir as críticas que existem na literatura científica sobre isso. Além do mais, procuramos construir outros modos de acolher e de atender as necessidades das famílias dos jovens que vivenciam e sofrem esses processos de medicalização”, diz a médica.

Tipos de medicamentos

No Brasil, existem três medicações principais:
Ritalina: existem dois modelos. O de curta duração, o paciente fica sob o efeito do remédio de 3 a 4 horas e o de longa duração, que dura 8 horas. É um medicamento psicoestimulante, e provoca uma maior produção e reaproveitamento de nerotransmissores, por meio da dopamina e da serotonina, responsáveis pelo controle de movimentos, aprendizado, humor, emoções, cognição, sono e memória
Concerta: Funciona mais ou menos da mesma forma que a Ritalina, mas muitas vezes é melhor tolerado. Apresenta efeito de longa direção.
Venvanse: Chegado recentemente no Brasil, esse medicamento vem tendo uma boa aceitação. É um estimulante do sistema nervoso central, que pode ajudar a aumentar a atenção e diminuir a impulsividade em pacientes com TDAH. Deve ser ingerido uma vez ao dia, devido seu efeito de longa duração.

Neurofeedback: conheça o tratamento que ajuda na concentração, bem-estar e desempenho dos pacientes com TDAH

No TDAH existe um excesso de atividade de ondas lentas no córtex pré-frontal. Essa parte do cérebro é responsável pelas funções executivas, que ficam encarregadas pelo controle voluntário da atenção, planejamento, julgamento e tomada de decisões, autocontrole, sensibilidade a consequências de longo prazo e controle motor fino. “O neurofeedback consiste, de modo resumido, no treinamento do indivíduo para que consiga mudar seu padrão de ondas cerebrias. O objetivo seria aumentar as ondas rápidas nessa região, melhorando a concentração, o bem-estar e o desempenho”, comenta a neurologista Silvana Frizo.
Este treinamento é realizado geralmente com videogames em computadores. Usando eletrodos semelhantes aos do exame de eletroencefalograma, o software capta as ondas cerebrais do indivíduo e transforma num determinado aspecto do jogo. Por exemplo, ondas mais lentas fazem um aviãozinho na tela ficar inclinado, ondas mais rápidas fazem com que ele voe reto. Assim, pode-se fazer que uma simulação em que o aviãozinho voe por um determinado trajeto, precisando ora ficar reto, ora ficar inclinado para se desviar de obstáculos, onde se estimula o paciente a conseguir, por seu próprio esforço, usar mais ondas de um determinado tipo/frequência.
Algumas clínicas oferecem o treinamento, já os convênios não cobrem os custos, que variam de serviço para serviço.

O neurofeedback no tratamento contra o TDAH

Por meio de um processo comportamental denominado reforço condicionado, o neurofeedback faz com que o paciente comece a identificar e a alterar voluntariamente a frequência das ondas cerebrais nas áreas ligadas ao controle voluntário da atenção, planejamento e autocontrole. Os ganhos obtidos com o neurofeedback seriam resultados de um processo de aprendizagem. “A pessoa se torna, ao longo do tempo, capaz de focar e sustentar sua atenção, de forma voluntária e consistente”, comenta Silvana.

Aliado importante

A princípio, o neurofeedback não pode substituir o uso de medicamento nem o coaching comportamental. Uma meta-análise-estudo que reúne artigos publicados a respeito de determinado assuntos e os analisa rigorosamente de modo conjunto – investigou a eficácia do tratamento no TDAH. O artigo é de autoria de Edmund Sonuga-Barke e colaboradores, e foi publicado no American Journal of Psychiatry, em 2013. Os autores demonstraram que o neurofeedback trás alguns benefícios no tratamento do TDAH, porém eles são considerados bastantes pequenos,  isso é, a eficácia do tratamento existe, mas não pode ser vista como a principal forma de salvação. Esses benefícios foram considerados inferiores à aqueles obtidos com o tratamento farmacológico. Dessa maneira, o neurofeedback deve funcionar apenas com um aliado ao resto do tratamento.
Neurofeedback
Neurofeedback

Outros caminhos

Além dos métodos já convencionais, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) também pode ser tratado com algumas terapias alternativas – uma “luz no fim do túnel” para quem sofre com o problema. Elas são famosas por não utilizarem medicamentos e por trabalharem em conjunto com a família e a escola, de uma forma multidisciplinar. “O tratamento é feito sob medida para cada paciente, não tem fórmula única”, explica Márcia Mathias, psicóloga membro da Associação Brasileira de Hipnose (ASBH). Segundo a profissional, essas terapias são recomendadas, pois atuam com o desatento e o hiperativo e, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), hoje de 3% a 5% das crianças brasileiras apresentam este diagnóstico. Conheça mais sobre cada técnica:

Homeopatia

Segundo Andreia Amaral Porto, psicóloga e professora do Instituto tecnológico Hahnemann (ITH), esse método pode sim ajudar no tratamento do TDAH, pois faz grandes benefícios ao paciente e o melhor: sem os indesejados efeitos colaterais! “A homeopatia age na causa da doença, ou seja, vai à raiz do problema. Não trata apenas o sintoma. No caso do TDAH é a manifestação de uma pequena parte da doença, ou seja, é a ponta do iceberg e sabemos que a maior parte de um iceberg está submersa”.
Dessa forma, a terapia natural homeopática associada ao acompanhamento psicológicos tem grandes resultados de melhoras em curto prazo. A especialista diz que um bom terapeuta homeopático e um bom psicólogo alcançarão resultados surpreendentes na direção da saúde do paciente. A homeopatia irá promover estímulos ao próprio organismo fortalecendo os mecanismos de defesa do corpo para que o mesmo restabeleça o equilíbrio físico, mental e emocional. “A homeopatia, com suas propriedades energéticas, age para estimular ou precipitar esse recurso interno, que podemos dar o nome de força vital. É a força vital que adoece e é a força vital que cura”, diz Andreia.

Terapia em grupo e hipnose

A terapia em grupo é feita com os pais, pois visa ensinar ferramentas e estratégias educativas aos familiares para realizar as adaptações às necessidades específicas do paciente. Já a hipnose ajuda a criar mudanças rápidas, na qual as metas são as soluções. “Verificamos que em estado hipnótico deliberado o paciente é ajudado a identificar recursos positivos, gerando mudanças criativas, convidando a mente a pensar e a criar, fazendo as pazes com o problema”, afirma a psicóloga Márcia Mathias.

Florais, aromaterapia, arteterapia e massoterapia

Os florais atuam diretamente na falta de atenção, impulsividade e a dificuldade de manter a concentração em uma única atividade e finalizá-la. Já a aromaterapia atua na inquietude, ansiedade, impaciência e hiperatividade, agindo diretamente no sistema límbico – responsável pelas emoções e pelo comportamento -, através do olfato. “A arteterapia envolve as expressões artísticas, desenvolvendo capacidades inatas e produzindo um estado de autoestima. A massoterapia quando associada a reflexologia atua no reconhecimento do próprio corpo, diminuindo a inquietude, aumentando a socialização e proporcionando um estado mais propício para a concentração e para os relacionamentos”, explica Julie Duarte, naturóloga e professora da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul.

Acupuntura

Antes de iniciar um tratamento, o paciente passa por uma anamnese que inclui a observação da língua, do pulso, da fisionomia e da composição corporal, assim como histórico e características do distúrbio apresentado, os hábitos alimentares, do sono, relações familiares e sociais, entre outros. “Após esta minuciosa pesquisa, são eleita as diretrizes terapêuticas a serem utilizadas, como: o uso de agulhas, do laser, das ervas chinesas e da dietoterapia chinesa”, afirma a naturóloga Clara Araújo. A profissional que a prática pode ser aplicada em qualquer idade, porém deve-se respeitar as afinidades de cada paciente. Para aquelas pessoas que não gostam de agulhas, existem as opções de aplicação de sementes na orelha e ventosas, por exemplo. E lembre-se: qualquer estágio do transtorno é passível de tratamento, porém os efeitos da acupuntura são cumulativos, então deve-se ter constância e compromisso com o tratamento. “Geralmente, quanto mais crônico é o caso,  mais sessões são necessárias para uma melhora notável”, diz Clara.
“Muitos estudos apresentam a criança com déficit de atenção se sentindo isolada e segregada dos colegas, sem conseguir reconhecer suas próprias qualidades. A naturologia, por estudar as práticas naturais cientificamente, vem sendo cada vez mais procurada, como opção de tratamento para TDAH, pois os pais buscam tratamentos mais naturais e sem efeitos colaterais para os filhos. Muitas vezes, a criança é acompanhada por um médico neurologista, um psicoterapeuta e um naturólogo”, diz Julie Duarte.

Brincadeira séria!

É possível amenizar os sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade por meio de jogos pedagógicos. Na maioria dos casos, crianças que possuem quadro de TDAH apresentam características similares: desatenção, impaciência e problemas de autocontrole. Uma forma diverdida e eficaz de controlar esses sintomas é através de jogos que estimulam a aprendizagem e melhoram o comportamento. “As crianças com esse transtorno até podem saber o que deve ser feito, mas não conseguem fazê-lo devido à dificuldade de pensar antes de agir, não importando a tarefa. Dessa forma, os jogos podem ser utilizados como aliados para desenvolver a motivação no ensino e no processo de aprendizagem. Por meio de jogos, a criança deverá se submeter-se às regras e normas, com as quais poderá desenvolver certas habilidades”, explica Maria Eduarda Vasselai, psicóloga infantil.

Vida em grupo

Algumas crianças com TDAH possuem dificuldade para interagir com outras pessoas, principalmente porque a impulsividade pode fazer com que a criança tenha dificuldade em atividades em grupo, comprometendo a capacidade de desenvolver laços de amizade. “Em alguns momentos, a criança pode atropelar a atividade dos colegas com frequentes interrupções, querer dominar as brincadeiras e impor suas próprias regras. Brincadeiras com jogos são uma excelente maneira de construir habilidades sociais, pois ensinam as crianças como seguir regras, se concentrar, esperar sua vez e cooperar. Os jogos também proporcionam a elas a experiência de ganhar e perder e ensinam que elas podem se divertir sem ganhar”, acrescenta a profissional.

Made in Brasil!

O brasileiro Thiago Rivero faz parte de um grupo que desenvolveu um jogo chamado Project Neumann, que lida com o déficit de atenção. “O projeto Neumann tem por interesse desenvolver ferramentas que possam servir de avaliação e treinamento cognitivo para crianças e adolescentes com TDAH. Nosso grande foco são as funções executivas, principalmente o controle inibitório e nossa grande preocupação envolve as consequências do TDAH não tratado”, justifica Thiago.
O funcionamento do jogo é simples e se vale de testes internacionalmente conhecidos, que já são utilizados como ferramentas avaliativas e de intervenção para o TDAH. “Nossos games utilizam diversas mecânicas de jogos, nas quais o jogador precisa focar sua atenção, controlar os motivos de distrações, planejar as decisões, e, principalmente,  controlar o impulso”, esclarece. Ainda segundo Thiago, o Project Neumann é uma forma de apoio à avaliação e ao tratamento do transtorno, nunca um substituto de qualquer prescrição médica.

Para jogar!

Conheça algumas opções de jogos e brincadeiras que podem ser benéficos a quem apresenta DTAH:
Detetive: O clássico jogo de tabuleiro ajuda a aprimorar ou até mesmo a desenvolver habilidades na hora de encontrar soluções para problemas. Vale a pena incentivar a criança a jogá-lo, seja na companhia de amigos ou com a própria família.
Meu pai foi ao mercado: A dinâmica desse jogo é relativamente fácil, sendo que o primeiro jogador diz a frase “meu pai foi ao mercado e comprou banana”. O segundo acrescenta alguma mercadoria após banana, formando a frase “meu pai foi ao mercado e comprou banana e bolacha”, por exemplo. Assim, os participantes devem repetir os produtos já falados e incluir novos. Dessa forma, a memória e a concentração são estimuladas.
Esportes: “As atividades físicas melhoram a capacidade cognitiva de crianças com TDAH. Estimulam o cérebro e proporcionam uma melhora significativa na capacidade de prestar atenção”, afirma Maria Eduarda. Além disso, também incentivam a cooperação em equipe e respeito às regras. “A criança percebe que seu foco, sua energia e seu desempenho são os únicos fatores para a vitória ou a derrota. Ela necessita canalizar sua atenção e concentração para aprender. Ou seja, a prática do esporte pode ensinar a criança a acreditar em si mesmo e a ter mais confiança”, finaliza a psicóloga.
Palavras cruzadas e quebra-cabeça: Essas atividades são excelentes alternativas para manter o cérebro bem treinado e auxiliar na concentração.

Ajuda dos jogos

Confira algumas habilidades que são melhoradas com a ajuda de jogos e brincadeiras:
  • Desenvolvimento do raciocínio
  • Aprender a tolerar frustrações
  • Saber ganhar e perder
  • Conseguir aguardar sua vez
  • Planejar uma situação
  • Ficar sentada por maior período possível
  • Ser capaz de prestar atenção
  • Observar e respeitar o outro
  • Controlar suas emoções.

Controle à mesa. Uma alimentação equilibrada pode ser uma boa aliada na luta contra o TDAH

Uma alimentação planejada pode ajudar a melhorar e prevenir este estado de ansiedade e falta de concentração próprios do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Da mesma forma, uma alimentação desequilibrada tem um grande papel na gênese do TDAH. Alguns fatores estão diretamente ligados a este distúrbio, como alterações do nível de açúcar no sangue, alergia alimentar, deficiência de ácido graxos essenciais de vitaminas e minerais, como B6, magnésio, cálcio, ferro e zinco. Crianças com TDAH podem ter um desequilíbrio nos neurotransmissores na parte frontal do cérebro, principalmente dopamina, ligado à concentração.
Segundo a médica ortomolecular e nutróloga Tamara Mazaracki, , crianças hiperativas costumam comer muito açúcar. “Reduzir drasticamente o consumo de guloseimas açucaradas pode ajudar muito no tratamento do TDAH”, comenta a especialista. Uma dieta rica em proteínas e gorduras boas permite um controle dos sintomas da doença. É importante evitar alimentos industrializados, cheios de corantes e outros aditivos e identificar os alimentos que causam algum tipo de alergia ou intolerância alimentar. Entre os mais alergênicos estão soja, glúten, leite, amendoim, nozes e ovos.

Aliados

Peixes e frutos do mar: contêm ômega 3, que melhora os processos mentais, além de ter ação anti-inflamatória geral.
Amêndoa, abacate, banana, laticínios, carne e aves, feijão, gergelim e semente de abóbora: são alimentos ricos em tirosina, um aminoácido que o corpo usa para produzir dopamina – substância química liberada pelo cérebro que desempenha uma série de funções, incluindo prazer, recompensa, movimento, memória e atenção. No caso do leite, se houver intolerância, opte pelas versões sem lactose.
Frutas: Devem ser ofertadas no lugar de lanches açucarados, pois contêm vitaminas, minerais e fibras que contribuem para manter a glicemia em nível estável.
Grãos integrais (feijões, grão-de-bico, ervilha e lentilha): ajudam a manter a glicemia estável e são fontes de minerais e vitaminas B6.
Folhas verde (couve, espinafre, agrião e bertalha): são fontes de B6, folato e magnésio, um mineral que costuma ser baixo nas crianças com TDAH.
Proteínas animais (carne de vaca, aves, pescados e suínos): fontes de ferro, outro mineral que é carente nos pacientes com TDAH. Também são ricas em vitaminas do complexo B, ligadas à saúde do cérebro.
Alimentos ricos em zinco (iogurte, peixes e frutos do mar, ovo e semente de girassol): Este mineral é importante para o funcionamento do cérebro e para uma série de reações bioquímicas. Portadores de TDAH costumam ser deficientes nele.

Vilões

Açúcar: alimentos açucarados podem causar oscilações no nível de glicemia no sangue, devido ao excesso de energia seguido por uma baixa súbita, causando problemas comportamentais, como irritabilidade e baixa concentração.
Adoçantes artificiais: Esses produtos são ligados a diversas alterações no funcionamento cerebral. Se houver necessidade prefira a stévia, um adoçante natural, misturada com um pouco de mel – adoça bem, disfarça o amargor e não provoca pico de insulina.
Glúten: presente no trigo, cevada, centeio e aveia ele pode desencadear diversos sintomas mentais, incluindo o TDAH. A proteína do trigo, gliadina, atravessa a barreira encefálica e pode causar alterações nos processos mentais em crianças sensíveis, intolerantes ou alérgicas ao alimento.
Corantes e conservantes alimentares: podem contribuir para um comportamento hiperativo em crianças. Os principais são: E211 benzoato de sódio, nitrato de sódio, BHT, FD&C amarelo 6 (amarelo sol), FD&C amarelo 10 (amarelo quinolina), FD&C amarelo 5 (tartrazina), FD&C vermelho 40 (allura vermelho), E124 Ponceau4R, E122 Carmosina. Estão presentes em bolos industrializados, bebidas como sucos e refrigerantes, iogurtes, biscoitos, chocolates, balas e batata frita.
Alimentos refinados e com alto índice glicêmico (farinhas brancas, pão e arroz): por causar uma elevação súbita da glicemia, um pico de insulina e a posterior queda da insulina, devem ser consumidos com moderação, sempre acompanhados de alimentos integrais, contendo proteínas e gordura, como feijões, carne e ovos.
Leite: é importante identificar uma intolerância à lactose, que pode contribuir para aumentar os sintomas do TDAH.

Dicas de consumo

Na alimentação da criança com TDAH é importante retirar balas, refrigerantes, sucos artificiais e outros petiscos açucarados. Frutas são uma boa pedida nos lanches. sementes oleaginosas também. Uma boa opção de lanche é fazer um mix com diversas sementes – amêndoas, castanha-de-caju, castanha do pará, macadâmia e nozes. Opte por sucos sem açúcar e acrescente uma colher de aveia ou de linhaça, assim não há uma elevação súbita de glicose sanguínea.
Outra dica é o abacate. É uma fruta excelente e deve ser consumida ao natural, cortada em cubos e com gotas de limão para realçar o sabor. Coco é outra boa opção, pode ser verde ou maduro. Corte a polpa madura em pequenos quadradinhos e dê para a criança mastigar.
Folhas verdes também são uma ótima escolha. Para disfarçá-las, crie receitas criativas como panquecas, suflês, pastéis de forno e recheios. A criança irá adorar!

Teste

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TDAH e transtornos associados

Na maioria das vezes, o portador de TDAH apresenta, pelo menos, mais um distúrbio associado. As pesquisas estimam que 70% das crianças com o déficit apresentam outra comorbidade (termo utilizado quando duas ou mais doenças possuem causas relacionadas) e pelo menos 10% apresentam três ou mais. Os transtornos coexistentes podem gerar fortes influência em como os sintomas de TDAH irão se manifestar. Assim, afetam o modo, o comportamento e o desempenho acadêmico. A maneira pela qual o paciente será tratado, então, dependerá das desordens secundárias. A mais comum é o Transtorno do Déficit Desafiador (TOD), um transtorno de conduta que abrange, aproximadamente, um terço da população do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Outras comorbidades frequentes são: a depressão, a ansiedade, os tiques e a Síndrome de Tourette. Conheça exemplos de outros transtornos associados ao TDAH e suas frequências:
  • Desordem Secundária: 66%
  • Problemas de leitura: 60%
  • TOD (Transtorno Opositivo Desafiador): 33%
  • Transtorno de Ansiedade: 25% a 35%
  • Transtorno de Condutas: 25%
  • Depressão: de 10% a 30%
  • TOC (Transtorno Obsessivo-compulsivo): de 10% a 17%
  • Transtornos de leitura: 10%
  • Síndrome de Tourette: 7%

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