domingo, 25 de setembro de 2016

NeuroSaber com Dr. Clay Brites

AGRESSIVIDADE NO TEA: O QUE FAZER?

 Agressividade no TEA

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Uma das maiores preocupações das famílias que têm um autista em casa é a agressividade que pode surgir em determinadas situações. É importante saber que algumas atitudes devem ser encaradas com total tranquilidade e jamais corrigidas com vozes alteradas. No entanto, é preciso buscar um acompanhamento adequado e saber algumas metodologias que ajudarão muito. Antes, porém, é importante saber que nem todo autista é agressivo.

O que causa incômodo em crianças com TEA?

Geralmente, crianças com autismo costumam ter atitudes agressivas quando contrariadas. Isso ocorre porque o autismo é um transtorno que leva a intensos e excessivos déficits na comunicação e interação sociais. Além disso, as crianças tendem a ter comportamentos repetitivos e restritos, o que causa incômodo quando precisam mudar o comportamento devido ao contexto em que estão inseridas.  Por conta disso, a criança tem dificuldade de flexibilizar seus interesses.
Sendo assim, quando a criança está em um lugar em que os interesses dela não condizem com o padrão de suas preferências, ela pode demonstrar irritabilidade, o que causa a impaciência e a consequente agressividade.
Muitas crianças com autismo, por não entenderem determinados símbolos sociais (comunicação e gestos), não sabem interagir de forma que a situação pede. Isso porque ela não encontra uma maneira cabível de se expressar. Então a reação agressiva é, muitas vezes, uma forma dela se comunicar sobre alguma contrariedade.
Hipersensibilidade: um motivo para a irritação
As hipersensibilidades também são fatores que impulsionam a agressividade: autistas que não toleram sensação de aperto, frio ou calor; que não gostam de barulho, determinados gostos, texturas.  No caso da comida, por exemplo, quando a criança não gosta de uma comida, a reação dela é jogar o prato no chão ou em direção à parede, já que ela não sabe como se expressar em tal situação.

Como lidar com a agressividade no TEA?

O paciente com Transtorno do Espectro Autista deve ser conduzido de forma interdisciplinar, com o uso de medicamentos específicos e, claro, com acompanhamento profissional.  A metodologia usada deve acompanhar também a necessidade da criança.
Ambiente adequado
O ambiente é outra coisa que deve ser levada em conta para evitar a agressividade da criança. Para começar, ele deve ser confortável, pois nada melhor que dar à criança condições de ficar sempre tranquila.
Utilize objetos que tranquilize a criança
Quando a criança demonstra irritabilidade, uma ótima maneira de amenizar a impulsividade dela é utilizar objetos que diminuam o comportamento da criança: algum jogo, equipamento, brinquedo, etc.
O que fazer em caso de crises e autoagressão?
A agressividade da criança autista pode ser voltada para alguém, uma parede, um objeto ou até mesmo a autoagressão, como socos e tapas contra ela mesma. A melhor maneira é abraçar o pequeno e apresentar algo que o tranquilize.
Metodologia ABA
O uso da metodologia ABA (Applied Behavior Analysis – análise do comportamento aplicada) também é interessante. Ela consiste em usar a observação de comportamentos verbais e os não verbais, tanto em casa quanto na escola ou então junto do terapeuta. Vale dizer que a metodologia estuda o papel que o ambiente desempenha na vida da criança.
Mudanças
Todo tipo de mudança na vida da criança deve ser de forma gradual. Por exemplo, caso vocês precisem mudar o mobiliário do quarto do pequeno, a dica é fazê-lo em fases, uma vez que a criança gosta do que está ali e da forma que está.
Atenção: agressividade é birra?
Não se deve usar o termo birra para crianças autistas. A criança com TEA nem sempre sabe se comunicar adequadamente, então a reação agressiva se dá pelo fato dele não entender os símbolos sociais. Birra é para criança que não tem autismo. São coisas bem diferentes.
Autista adulto
Vale lembrar que as metodologias faladas aqui podem ser usadas em um autista adulto, mas lembrando sempre que é preciso analisar o caso dele com mais profundidade, uma vez que a idade do paciente é um fator que pode dar a ele um comportamento já estabelecido. É importante sempre falar que o diagnóstico precoce é fundamental, sobretudo na fase da infância. No entanto, o tratamento com especialistas é sempre a melhor saída para qualquer idade.

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