quinta-feira, 5 de maio de 2016

Distúrbios de Aprendizagem


“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.”
Paulo Freire
Introdução:
Dificuldade de aprendizagem é uma expressão que se refere a um grupo heterogêneo de distúrbios manifestados por dificuldades intensas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático.
Muitas vezes o que se chama de dificuldade de aprendizagem é basicamente “dificuldade de ensino” ou distúrbio de escolaridade. O distúrbio de escolaridade depende basicamente da motivação. Cada indivíduo aprende de uma forma diferente, conforme seu canal perceptivo preferencial.
Distúrbios de Aprendizagem
A criança com amadurecimento intelectual, emocional e físico suficientes para aceitar com naturalidade as importantes modificações da rotina de vida que surgem com a vida escolar, deverá ter sido previamente preparada para a socialização extra familiar, de modo a entrar em uma escola com maleabilidade suficiente para atender suas necessidades.
Plano de aula:
A aprendizagem dos alunos com distúrbios de aprendizagem pode ocorrer de varias formas significativas e por meio de diversos recursos. Um dos mais valiosos é as (letras móveis). Com ela as crianças conseguem varias possibilidades, onde o conflito pode ser resolvido apenas trocando as letras,quando necessário.

Objetivos:
Estas atividades permitem às crianças as seguintes aprendizagens:
- Diferenciar letras, desenhos e números;
- A quantidade de letras usadas para escrever as palavras;
- Função da escrita;
- Orientação da escrita;
- O nome das letras;
- Um amplo repertório de letras;
- Uma fonte de consulta para escrever outras palavras.
Conteúdos:
Escrita com letras móveis.
Materiais:
Letras de varias formas; plástico, madeira. papel.
Avaliação:
Ao final das atividades, a criança deve: reconhecer as situações onde faz sentido utilizar letras; identificar a escrita do próprio nome; ampliar o repertório de conhecimento de letras, nomear as letras; utilizar o conhecimento de quantas letras usarem, quais letras, ordem das letras etc. Todas essas situações têm como objetivo que as crianças reconheçam as letras. É importante observar diariamente e registrar os avanços das crianças no reconhecimento das letras, o grau de habilidade no uso do sistema alfabético, as características das crianças, as diferenças individuais.
Atividade de Linguagem Escrita
OBJETIVO:
Estimular as funções:
• Executivas;
• Cognitivas;
• Linguagem oral e escrita;
• Memória de trabalho;
• Consciência fonológica.
ATIVIDADE: Ocorrerá em três etapas:
1ª – Será mostrada a criança 18 figuras (neste exemplo todas iniciando com F ou V), e solicitada que separe todas as que se iniciam com F.
As figuras selecionadas pela criança serão dispostas em uma ordem determinada pelo professor. A criança irá observá-las durante um minuto. Após, as figuras selecionadas serão viradas para baixo.
2ª – A criança deverá dizer em voz alta a ordem das figuras que estão viradas para baixo.
Sabemos que a memória não memoriza em ordem exata, mas sim nos faz lembrar-se das primeiras e últimas imagens, ocorrendo uma “falha” nas imagens centrais. Portanto, não devemos exigir que a criança lembrasse-se de todas as imagens, mas que se esforce para isso.
3ª – Caso possua linguagem escrita, após 5 minutos, as imagens serão novamente viradas para cima e, então, a criança escreverá seus respectivos nomes.
Considerações Finais:
A inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, buscando a não exclusão escolar e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência. É preciso fazer algo para que a inclusão realmente aconteça. É necessário identificar o problema, fornecer soluções, e o mais importante é o comprometimento dos educadores em fazer a diferença e realmente fazer a inclusão, usando de recursos físicos e os meios materiais para a efetivação de um processo escolar de qualidade. Devem dar prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de interação na escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de se processar a aprendizagem. Concluímos que o processo de inclusão ocorre a partir da condição que se dá ao aluno onde está incluso, a partir de condições de estrutura física, suportes de serviços psicopedagógicos, serviços técnico-pedagógicos e administrativos, programações comemorativas, culturais, desportivas, etc., que interagem e dão sustentação ao processo que se desencadeia na sala de aula e tem como atores os alunos e professor. Essas ações são fundamentais para a construção de uma educação que atenda às necessidades, às possibilidades e ao interesse da população. Para isso, todavia, precisa de profissionais da educação responsáveis e competentes. É importante frisar que um ambiente amoroso e estimulante, irão sempre influenciar positivamente o desenvolvimento desta criança. Afinal, as diferenças não podem ser obstáculos nas nossas relações sociais e temos que saber respeitá-las. Mas também, não podemos deixar de reconhecer a sua existência. Entendemos que a escola inclusiva é benéfica não somente para aquelas crianças que têm necessidades especiais, mas, sim para todas as crianças. Visto que na medida em que a escola proporciona a todos seus alunos à oportunidade de conviver com a diversidade e com as diferenças, está preparando as crianças para a vida em sociedade. A inclusão é um processo cheio de improvisos, sem fórmulas prontas e exige aperfeiçoamento constante.
Distúrbios de Aprendizagem
Pesquisas mostram que, em países em desenvolvimento cerca de 40% dos alunos de séries iniciais têm dificuldades de aprendizagem. Destes, apenas 6% têm distúrbios de origem neurobiológica.
Em toda sala de aula, há crianças que aprendem com mais facilidade e outros que têm dificuldade para acompanhar as lições. Ninguém está a salvo de tirar notas baixas vez ou outra. Mas o que fazer quando os problemas são persistentes? Há quem fique anos sem conseguir se adaptar ao ritmo das turmas ou mesmo aprender o básico – ler e escrever. Pais e professores são os primeiros a perceber sinais de que algo não vai bem. Porém, nem sempre conseguem identificar as causas do problema.
Em geral, os professores não são preparados para perceber o que impede o aprendizado, eles não são obrigados a fazer diagnósticos, até porque isso depende da avaliação de diversos profissionais, como psicopedagogos, fonoaudiólogos, neuropsicólogos, neurologistas, psiquiatras, entre outros. “Mas ainda falta compreensão sobre o processo de aprendizado. Muitos professores não conhecem nem o desenvolvimento normal das crianças. E só ensina bem quem sabe como se aprende”.
No Brasil e em outros países em desenvolvimento, pesquisadores estimam que de 40% a 42% dos alunos nas séries iniciais tenham dificuldades para aprender. Destes, 4% a 6% têm transtornos de origem neurobiológica.
As dificuldades no aprendizado podem decorrer de falhas no método de ensino e no ambiente escolar. Também podem pesar fatores relacionados à vida familiar e a condições psicológicas da criança.
Nos transtornos ou distúrbios de aprendizagem, há problemas em áreas específicas do cérebro. “Há uma característica de origem genética, neurobiológica”. A criança nasce com uma falha de processamento. Não quer dizer que não vá aprender, ela vai, só que de uma forma diferente.
Quais são os principais transtornos
As pesquisas científicas sobre distúrbios de aprendizagem são relativamente recentes – ganharam relevância a partir dos anos 1980. Ainda não existem testes padronizados mundialmente para diagnosticá-los, embora haja referências importantes. Com isso, é difícil encontrar crianças com diagnóstico fechado de outros transtornos além dos mais conhecidos como dislexia e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou sem Hiperatividade (TDA).
A dislexia é um distúrbio específico das operações relacionadas ao reconhecimento das palavras. Os disléxicos têm dificuldade para identificar as letras com precisão e velocidade e para formar as sílabas. Há diferentes graus de comprometimento e os sintomas variam conforme a idade. Crianças em fase escolar costumam sofrer para adquirir a habilidade de leitura e escrita e, quando conseguem, fazem tudo num ritmo mais lento que os colegas. Para elas, é atividade penosa copiar textos da lousa, escrever redações e fazer provas dissertativas.
Um adulto com dislexia apresenta falhas principalmente no hemisfério esquerdo do cérebro e em regiões parietais – áreas responsáveis pelo processamento da linguagem. Elas acabam sendo menos ativadas do que deveriam no momento da leitura e da escrita. Com tratamento, o disléxico consegue aumentar a ativação das regiões, mas nunca da mesma maneira que uma pessoa sem o transtorno.
O TDAH e TDA não são definidos, necessariamente, como transtornos de aprendizagem, mas, por afetar a atenção e concentração – aspectos essenciais para os estudos – geralmente causam dificuldades. Além disso, é comum a coexistência de distúrbios, entre uma pessoa com algum grau de agitação e uma desatenta e hiperativa. “Passa a ser problema de saúde quando traz prejuízos na vida do indivíduo.” A criança com o transtorno tem sintomas persistentes em diversos ambientes – na escola, com a família e os amigos. Está praticamente todo tempo em movimento e sofre para se focar em apenas uma atividade.
Uma criança com discalculia é aquele incapaz de aprender matemática. Não se trata de dificuldades pontuais em algumas séries em que a disciplina fica mais exigente, mas da impossibilidade de aprender conceitos básicos. “A criança com o transtorno pensa em outra lógica e não consegue, por exemplo, transformar quantidades em números ou entender que a sequência numérica é da esquerda para a direita”. Estudos com ressonância mostram que, no cérebro das crianças com discalculia, há menor ativação nas regiões pré-frontal e parietal durante as tarefas de cálculo.
As disgrafias são os transtornos relacionados à escrita. São causados por falhas em áreas do cérebro responsáveis pela parte motora fina (lobo frontal). As pessoas com dificuldades nesse campo não conseguem controlar plenamente pequenos músculos em suas mãos. Os problemas da escrita atrapalham a comunicação e exigem muito esforço dos estudantes, que, por vezes, ficam com pouca energia para prestar atenção no conteúdo do texto. “Normalmente, o computador é um grande aliado no tratamento dessas crianças”.
O transtorno não verbal (Tanv) é um tipo raro de distúrbio e está ligado a procedimentos de estudos. O Tanv afeta principalmente a coordenação motora, a percepção sensorial e espacial e as habilidades sociais. Alguns dos sintomas são semelhantes aos de crianças com autismo e síndrome de Asperger. Elas costumam ter poucos amigos, fazem interpretação literal de eventos e mantêm conversas fora de contexto. Também têm dificuldades para analisar, organizar e sintetizar as informações.
Todos os especialistas deixam claro que nenhuma criança com dificuldades de aprender ou distúrbios, tem inteligência abaixo do normal.
Elas precisam apenas de outras estratégias e, muitas vezes, de atendimento especializado para avançar nos estudos. “Quando não conseguem aprender, as crianças sofrem”. E são chamadas de desinteressadas, preguiçosas. “Elas precisam de atenção, métodos de ensino adequados, estímulos positivos e que alguém mostre a elas o que fazem bem, não apenas no que vão mal”.
Fonte :http://disturbiosdeaprendizagem2015.blogspot.com.br/

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