domingo, 25 de setembro de 2016

TOD precisa de tratamento médico?

TOD

Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) é uma condição que leva a comportamentos altamente restritivos socialmente por gerar na criança e no adolescente acessos de raiva exagerados, sentimentos de vingança, intensa dificuldade em seguir regras e conselhos de outras pessoas, especialmente pais e autoridades. A presença de indivíduos com TOD emfase escolar pode levar a muitas intercorrências dentro da instituição e desarranjos intensos no relacionamento aluno-professor. Na família, este jovem causará desunião, sensação de desprezo pelos demais, má adaptação aos conselhos e pouco engajamento para atividades de interesse coletivo. Não raro, é comum seus portadores evoluírem para quadros depressivos e/ou transtornos de conduta, tanto a família quanto as escolas muitas vezes não sabem qual caminho seguir podendo a demora resultar em muitas complicações.
Neste contexto, o apoio médico pode ser de grande valia. Especificamente, o  Transtorno Opositivo-Desafiador TOD deve ser conduzido por neurologista ou psiquiatra infantil, os quais são preparados e já direcionados para perceber os sintomas e tratá-los. Sempre numa visão multidisciplinar, a condução médica permite que sejam tomadas medidas importantes como, por exemplo, prescrever medicações que tenham a finalidade de reduzir a raiva excessiva e a agressividade, pois estes sintomas diminuem muito a flexibilidade e o engajamento do jovem à interação com autoridades. O médico deve investigar se, além do TOD, este paciente pode também estar apresentando comorbidades frequentemente associadas como o TDAHAutismo, Transtorno de Conduta (TC) e Transtorno Bipolar, os quais pioram a evolução do quadro e reduzem a possibilidade de sucesso na vida acadêmica.
A presença do suporte médico propicia, por meio de documentos por ele emitidos, providenciar atendimentos psicológico e psicopedagógico, ter acesso a uma atenção mais individualizada na escola, além de recomendar, se necessário, a presença de um acompanhante terapêutico para mediar estratégias entre os professores e este aluno. O médico também deverá chamar a atenção de todos os envolvidos no sentido de direcionarmedidas psicoeducativas, as quais tem o intuito de sistematizar ações de como lidar e dialogar com esta criança, além de orientar como prevenir e manejar problemas de relacionamentos ou bullying. Nos casos onde o portador se encontra institucionalizado ou abandonado pelos seus responsáveis e sem a tutela do Estado, o médico costuma ser consultado para assessorar as medidas protetivas que devem ser implementadas para reduzir os riscos sociais e os de delinquência.
A importância da abordagem médica do TOD toma maior corpo nos dias de hoje, onde o conceito de psicofobia e o crescente papel da escola como lugar-comum das ações tanto preventivas como terapêuticas de transtornos neuropsiquiátricos se tornaram disseminadas e consolidadas. O médico tem, neste aspecto, o papel histórico de reduzir sofrimentos e ajudar a garantir o acesso ao bem-estar social, os quais também só podem ser efetivados com medidas realmente válidas no campo da saúde mental.

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