segunda-feira, 21 de março de 2016

Paralisia Cerebral PC

Paralisia Cerebral

by Ericka Vanessa Psicopedagoga

Definição e Classificação


A Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e da postura, causando limitações nas atividades. São atribuídas a distúrbios não progressivos que ocorrem no cérebro em desenvolvimento. As desordens motoras da PC são geralmente acompanhadas por alterações na sensação, percepção, cognição, comunicação e comportamento, podendo também ser acompanhadas por crises convulsivas.
 A incidência da PC nos países desenvolvidos está em torno de 2  a 3 por 1000 nascidos vivos. Evidências  apontam que a falta de acesso a serviços adequados de saúde, tanto no período pré-natal, quanto a assistência inadequada a mãe e ao bebe no período peri e pós natal,  aumentam a incidência da Paralisia Cerebral. O maior índice de Paralisia Cerebral está entre as crianças com extremo baixo peso e prematuridade, a paralisia cerebral não é uma doença, mas sim um termo para várias condições ou diferentes distúrbios relacionados que causam problemas com movimentos. "Cerebral" refere-se à parte do cérebro que se pensava ser a afetada: os hemisférios cerebrais (embora hoje saibamos que também afeta outras partes desse órgão). "Paralisia" faz referência aos tremores involuntários, rigidez, falta de sensação e paralisia de partes do corpo. A paralisia cerebral não é contagiosa e nem piora com o passar do tempo, embora alguns sintomas possam levar a problemas secundários.
As pessoas com paralisia cerebral apresentam uma lesão no cérebro que ocorreu durante a gestação, o parto ou logo após o nascimento. A lesão é irreversível, motivo pelo qual a paralisia cerebral pode ser tratada e controlada, mas não curada. Cerca de 8 mil crianças nascem com paralisia anualmente, e, atualmente, há mais de 750 mil crianças e adultos nos Estados Unidos que sofrem de PC.
Na gestantes que sofrem de diabetes e epilepsia têm um risco mais elevado de darem à luz a um bebê com paralisia cerebral. O mesmo acontece com as mães que adquirem infecções como rubéola, toxoplasmose (um parasita), infecções renais ou herpes, sífilis, aids, drogas, tabagismo, álcool, afogamentos e outros.

Causas:

·         Pré-natais: Desnutrição materna; Alterações cardiocirculatórias maternas.
·         Mal formações do sistema nervoso central,
·         Infeções;
·         Hipertensão arterial;
·         Diminuição da pressão parcial de oxigênio;
·         Diminuição da concentração de hemoglobina;
·         Diminuição da superfície placentária;
·         Alterações da circulação materna;
·         Tumores uterinos;
·         Nó de cordão, Cordão curto;
·         Malformações de cordão e Prolapso ou pinçamento de cordão.

·         Perinatais: Anóxia; Hemorragias intracranianas; (trauma obstétrico);
Causas perinatais :  Fatores maternos:
       idade da mãe;
       desproporção céfalo-pélvica;
       anomalias da placenta;
       anomalias do cordão;
       anomalias da contração uterina;
       narcose e anestesia.


Fatores fetais:
       primogenidade;
       prematuridade;
       dismaturidade;
       gemelaridade;
       malformações fetais e macrossomia fetal.

·         Pós-natais: Traumas cerebrais; Meningites; Convulsões; Desnutrição; Falta de estímulo; Hidrocefalia.

·         Causas:  Fatores de parto:
       parto instrumental;
       anomalias de posição;
       duração do trabalho de parto;

Outros fatores que comprometem como Pré-eclampsia, um distúrbio que provoca pressão alta, pode afetar o fluxo de sangue no cordão umbilical e na placenta e impedir que o feto receba oxigênio. O mesmo acontece com outros problemas na placenta, como descolamento, em que ela se separa da parede uterina. Incompatibilidade de fator Rh, que ocorre quando o tipo sanguíneo da mãe é positivo e o do bebê negativo (ou vice-versa), pode fazer com que o bebê fique com icterícia ao nascer. Bebês com icterícia (em inglês) severa que não recebem o tratamento adequado estão suscetíveis a um tipo específico de lesão cerebral chamado kernicterus. 
Recém-nascidos com icterícia são tratados com luz colorida para diminuir os níveis de bilirrubina, o pigmento amarelo da bile que causa o problema. Se não for tratada, a icterícia severa pode levar à lesão cerebral.
As lesões ao nascimento também respondem por alguns casos. O parto é prolongado e o bebê fica "preso" no canal vaginal, ou se há a necessidade de uma cesariana de emergência, os bebês apresentam um risco mais alto de lesão no cérebro, que pode levar à paralisia cerebral. O mesmo acontece com a apresentação pélvica, o cordão deslocado (quando o cordão umbilical fica sob o bebê no canal vaginal) ou com a utilização de fórceps.
Cerca da metade das crianças com paralisia cerebral nasceu de parto prematuro (menos de 37 semanas) e com peso inferior a 1,5 kg. Esses bebês são suscetíveis a várias complicações e infecções que podem causar paralisia cerebral. Uma delas é a hemorragia intraventricular (HIV) - ou sangramento no cérebro - que ser for grave o suficiente para causar inchaço, a pressão no cérebro pode levar a lesões. Bebês prematuros também podem ter lesões cerebrais devido a problemas respiratórios - que impedem que o cérebro receba quantidade suficiente de oxigênio - e à baixa circulação sanguínea em geral.
Mas não são só os bebês que correm risco. Crianças maiores também podem ter paralisia cerebral se:
·         houver uma lesão física na cabeça, como batê-la depois de uma queda de bicicleta;
·         se afogarem ou se engasgarem com brinquedos ou alimentos (que pode interromper o suprimento de oxigênio do cérebro);
·         forem vítimas de uma forma de violência infantil conhecida comosíndrome do bebê sacudido;

Exames:

Um exame neurológico completo é fundamental. Em indivíduos mais velhos, é importante também testar a função cognitiva.
Os demais exames a seguir podem ser realizados:
·         Exames de sangue
·         TC do crânio
·         Eletroencefalograma (EEG)
·         Audiometria
·         RM do crânio
·         Exame oftalmológico

Tipos de Paralisia Cerebral

Geralmente, a paralisia cerebral é diagnosticada quando a criança está com 2 ou 3 anos de idade. Os médicos realizam um exame físico detalhado e observam certos sinais. Por exemplo, algumas crianças apresentam músculos muito fracos, extremamente tensos ou rígidos. Além disso, podem ter reflexos exagerados ou deficientes, má postura e dificuldade de equilíbrio. As crianças com PC podem arrastar uma perna ao engatinhar ou andar, caminhar na ponta dos dedos ou "cruzar" as pernas (na altura do joelho) ao andar ou levantar.
Após o diagnóstico inicial, o médico geralmente recomenda um exame do
cérebro por imagem - ressonância magnéticatomografia computadorizada ou ultrassom. Ele pode mostrar a causa, assim como o tipo e a gravidade, mas muitas crianças com paralisia cerebral moderada apresentam exames normais, pois a área do cérebro afetada provavelmente é muito pequena para ser detectada.
Existem três tipos básicos de paralisia cerebral: espástica, atetóide/discinética e atáxica. Esses tipos diferenciam-se pelos sintomas, que geralmente refletem a região do cérebro que sofreu a lesão. A maioria das pessoas (cerca de 70% a 80%) com PC apresenta o tipo espástica. Isso significa que a lesão cerebral está no córtex motor ou no trato corticoespinhal (o conjunto de fibras nervosas entre o córtex cerebral e a medula espinhal).
As pessoas com paralisia cerebral espástica têm problemas de mobilidade devido à rigidez da musculatura, que também pode se contrair involuntariamente. Há três subtipos de PC espástica: 

·         Tetraplegia - os quatro membros e o corpo inteiro são afetados. Algumas crianças com esse subtipo também apresentam convulsões e tremores e geralmente não conseguem andar nem falar. Essa é a forma mais severa de PC, deixando muitas crianças intelectualmente incapacitadas. 

·         Hemiplegia - um lado do corpo é afetado. Se for o lado direito, isso normalmente significa que o cérebro sofreu a lesão no lado esquerdo. As pessoas com esse tipo de paralisia precisam de suspensórios. Além disso, os membros do lado afetado podem não se desenvolver na mesma velocidade que os membros não afetados. Geralmente, elas conseguem andar.

·         Diplegia - a parte inferior do corpo é afetada, e a pessoa pode andar "cruzando" as pernas e na ponta dos dedos. Muitas pessoas com esse subtipo têm estrabismo e geralmente deficiência visual. 
O segundo tipo mais comum de paralisia cerebral é atetóide/discinética.
A pessoa com atetose apresenta movimentos lentos, retorcidos e involuntários, especialmente nos braços, enquanto a discinesia significa que esses movimentos podem ser repetitivos, praticamente como um tique. Os portadores dessa forma de PC têm tônus muscular variado. Algumas vezes, seus músculos são tensos e rígidos; em outras, são frouxos e moles. A paralisia cerebral atetóide/discinética é resultado da lesão que ocorre em uma dessas áreas do cérebro ou mais: nos gânglios basais, no trato corticoespinhal e no córtex motor. Os portadores da atetóide/discinética podem ter dificuldade para andar, falar, comer, sentar eretas e realizar atividades motoras básicas.
A PC atáxica é o diagnóstico menos comum (cerca de 5% a 10% de todos os casos) e é consequência de lesão no cerebelo. As pessoas com esse tipo de paralisia cerebral apresentam baixo tônus muscular e dificuldade para coordenar seus músculos para realizar atividades motoras finas, como escrever. Além disso, elas geralmente têm dificuldade para se equilibrar enquanto caminham e andam com os pés bem afastados um do outro. Um tipo específico de tremor conhecido como tremor intencional é comum nesse tipo de PC. Isso significa que um movimento voluntário, como pegar um objeto, produz um tremor no braço que piora à medida que a mão chega perto do tal objeto.
As pessoas com PC que apresentam sintomas de um desses três tipos ou mais sofrem de paralisia cerebral mista.
A paralisia não tem cura, mas existem muitos tratamentos e terapias diferentes que ajudam a controlar os sintomas.
 Os fatores predispostos ou desenvolvimento da PC, além da prematuridade, incluem infecções congênitas, hipóxia cerebra, alterações metabólicas e  crises convulsivas  no período neo-natal.        
A lesão pode ocorrer no nascimento, anteriormente ou no período que se segue.
Não agrava, não progride, mas causa limites na atividade.       

Componentes da Classificação de Paralisia Cerebral
Desordens Motoras
Natureza e tipo da desordem motora: anormalidades de tônus observadas no exame, bem como desordens de movimento presentes na avaliação.
Habilidade Funcional Motora: avalia o quanto o indivíduo é limitado em suas atividades, incluindo área oromotora e a fala.
Deficiências associadas
A presença ou ausência de alterações musculoesqueléticas, alterações sensoriais, crises convulsivas, déficit auditivo e/ou visual, alterações de comportamento, comunicação e/ou déficits cognitivos. 
Distribuição anatômica e achados de neuroimagem
Distribuição anatômica: partes do corpo afetadas pela deficiência (membros, tronco, região bulbar, etc.).
Achados da neuro-imagem na tomografia e ressonância magnética.

                                   Etiologia e tempo da lesão
Quando a causa pode ser claramente identificada, como as causas pós-natais. (exemplo: meningite) ou mesmo quando malformações cerebrais estão presentes, pode se presumir o tempo da instalação da lesão.
. Desordens motoras
. Natureza e tipo da desordem motora
 Com a observação da anormalidade do tônus muscular avaliado durante o exame
 (ex: hipertonia, hipotonia), e com o diagnóstico das desordens do movimento presentes, tais como espasticidade, ataxia, distonia, atetose,  podemos classificar a paralisia cerebral em 4 tipos, segundo a classificação européia de paralisia cerebral, baseada no Surveillance of cerebral palsy in Europe (SCPE) conforme definição adotada pela SCPE.
Tipo Espástico: Caracterizado por paralisia e aumento de tonicidade dos músculos resultante de lesões no córtex ou nas vias daí provenientes. Pode haver um lado do corpo afetado (hemiparésia), os quatro membros afetados (tetraparésia) ou os membros inferiores (diplegia).
Disquinésia – (Atetose/Coreoatetose ou Distonia) : Caracterizada por movimentos involuntários e variações na tonacidade muscular resultantes de lesões dos núcleos situados no interior dos hemisférios cerebrais (Sistema Extra-Piramidal).
Tipo Atáxico: Caracterizada por diminuição da tonicidade muscular, incoordenação dos movimentos e equilíbrio deficiente, devidos a lesão ou anomalia no cerebelo ou das vias cerebelosas. padrões anormais de postura e /ou movimento, perda de coordenação, alteração de força, do ritmo e da metria do movimento.
Tipo Discinético: caracterizado pelos seguintes itens:
padrões anormais de postura e/ou movimento movimentos involuntários, incontrolados, recorrentes, ocasionalmente estereotipados.
 O tipo discinético pode ser subdividido em distônico ou coreoatetoide:
 Distônico:
• Hipocinesia (atividade motora reduzida, isto é, movimentos rígidos)
• Hipertonia (tônus em geral aumentado)
 Coreoatetoide:
• Hipercinesia (aumento de atividade motora, movimentos abruptos)
• Hipotonia (tônus em geral diminuído)
O PC tipo espástico pode ser bilateral ou unilateral, de acordo com o local de comprometimento do corpo.



·         Bilateral é diagnosticado se: Membros de ambos os lados do corpo estão envolvidos.
·         Unilateral é diagnosticado quando: Membros de um lado do corpo estão envolvidos.


Como lidar com a paralisia cerebral na escola?
Para dar conta das restrições motoras da criança com paralisia cerebral, vale adaptar os espaços da escola para permitir o acesso de uma cadeira de rodas. Na sala de aula use canetas e lápis mais grossos, envoltos em espuma e presos com elástico para facilitar o controle do aluno. Os papeis são fixados em pranchetas para dar firmeza e as folhas avulsas, nesse caso, são mais recomendáveis que os cadernos. O professor deve escrever com letras grandes e pedir para que o aluno com paralisia cerebral sente-se na frente, se possível, com uma carteira inclinada, que dá mobilidade e facilita à escrita.
Se o aluno apresentar problemas na fala e na audição, providencie uma prancha de comunicação, para que ele se expresse pela escrita. Caso isso não seja possível, o professor pode preparar cartões com desenhos ou fotos de pessoas e objetos significativos para o aluno, como os pais, os colegas, o professor, o time de futebol, diferentes comidas, o abecedário e palavras-chave, como "sim", "não", "sede", "banheiro", "entrar", "sair" etc. Assim, para indicar o que quer ou o que sente, o aluno aponta para as figuras.
Em alguns casos, a criança com paralisia cerebral também precisa de um cuidador que a ajude a ir ao banheiro ou a tomar o lanche. Mas, vale lembrar, que todos devem estimular a autonomia da criança, respeitando suas dificuldades e explorando seus potenciais.

Tratamento para a paralisia cerebral
O tratamento requer uma abordagem de equipe, incluindo:
·         Clínico geral
·         Dentista (recomenda-se uma avaliação odontológica a cada seis meses)
·         Assistente social
·         Enfermeiras
·         Terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e fonoaudiólogo
·         Outros especialistas, incluindo um neurologista, um especialista em reabilitação, um pneumologista e um gastroenterologista

Uma vez que o médico diagnostica uma criança com paralisia cerebral, ele discute com os pais uma opção de tratamento. A intervenção precoce permite que a criança tenha mais chance de aprender a lidar com suas deficiências e encontrar formas alternativas para realizar tarefas que possam ser desafiadoras.
Mesmo quando o diagnóstico da PC é feito quando a criança ainda é um bebê, ela é submetida à fisioterapia o quanto antes para fortalecer seus músculos. Algumas pessoas com paralisia cerebral sofrem de contraturas musculares, que ocorrem quando os músculos se contraem devido à espasticidade. Alongá-los pode evitar que isso aconteça. E também aumenta as chances da criança de poder sentar, andar e realizar outras atividades físicas com o máximo de eficiência. Muitas pessoas com PC também recebem massagens e aprendem posições de ioga que ajudem a alongar os músculos e mantê-los flexíveis.
Outras terapias também podem ser úteis, dependendo do tipo de PC específica da criança. Por exemplo, crianças com o tipo atetóide/discinética normalmente têm dificuldade para respirar, falar e comer; então, o tratamento com um patologista de fala/linguagem pode ajudá-las a fortalecer os músculos faciais e falar claramente. Algumas crianças com paralisia cerebral utilizam métodos alternativos de comunicação, como o Blissymbols, um sistema de escrita ideográfica, ou sintetizadores de voz computadorizados. A terapia ocupacional pode ajudá-las com as tarefas básicas, como tomar banho e comer sozinhas.
Existem alguns medicamentos que as pessoas com paralisia cerebral tomam para diminuir a espasticidade e limitar os tremores, como o relaxante muscular Benzodiazepina, mas eles nem sempre são eficazes e podem provocar efeitos colaterais indesejados. Recentemente, os médicos começaram a usar injeções de Botox nos músculos tensos para relaxá-los. Em algumas crianças com PC severamente espástica, são implantadas bombas no abdômen, através de cirurgia, que enviam ininterruptamente um fluxo de medicamento antiespasmódico chamado Baclofen.
As crianças com paralisia cerebral espástica, às vezes, precisam ser submetidas à cirurgia para afrouxar os músculos e articulações tensas. Com o tempo, os músculos espásticos também podem causam deformidades nosossos, que necessitarão de cirurgia. Por exemplo, em alguns casos, a tíbia fica deformada, o que pode dificultar ainda mais a caminhada. Um cirurgião pode cortar o osso e realinhá-lo. Algumas pessoas com espasticidade grave acabam se submetendo a uma cirurgia que envolve a identificação e o corte das fibras nervosas, chamada de rizotomia dorsal seletiva, que pode melhorar sua mobilidade. Normalmente, é o último recurso.
Existem também terapias alternativas disponíveis para os portadores de PC. Obiofeedback envolve o registro das funções do corpo de um paciente, incluindo tensão muscular, e a transferência dessas informações para o paciente. A ideia é que eles conseguem controlar algumas dessas funções inconscientemente, já que estão cientes delas, apesar de sua efetividade não ter sido comprovada em pacientes com PC.
A terapia com sangue de cordão umbilical foi cogitada como uma possível cura para a paralisia cerebral, mas ainda não foram feitos testes científicos que provassem sua efetividade. Entretanto, a possibilidade deu um salto quando a família de Dallas Huxtell, uma criança de 2 anos, apareceu no Today Show (programa da TV americana), em março de 2008. Os pais afirmaram que o tratamento de Dallas com suas próprias células-tronco reverteu os sintomas de sua paralisia cerebral. Antes do tratamento, o menino tinha pouco tônus muscular, habilidades motoras deficientes e atraso no desenvolvimento. Hoje, seus médicos afirmam que é possível que, por volta dos 7 anos de idade, ele não apresente mais nenhum sintoma da paralisia cerebral. Esse é apenas um caso, mas já deu esperanças aos portadores de PC.

Prevenção de Paralisia Cerebral
Em um estudo publicado na Revista de Medicina da Nova Inglaterra, em agosto de 2008, as gestantes com alto risco de parto prematuro receberam sulfato de magnésio. O índice de paralisia cerebral em bebês caiu pela metade. O responsável pela pesquisa, Dr. Dwight J. Rouse, afirma que o medicamento pode proteger contra a lesão cerebral causada pelo inchaço, inflamação e falta de oxigênio.

Atividades possíveis de uma pessoa com Paralisia Cerebral
As pessoas com paralisia, pode não parecer mas são pessoas normais. Conseguem fazer qualquer tipo de atividade, mas claro, tudo depende do tipo de paralisia que tiver e das áreas que estiverem afetadas. Se por ventura alguma vez vir alguma pessoa com paralisia cerebral a precisar de ajuda, não deixe de fazer a diferença, um simples gesto pode mudar o dia dessa pessoa. Não deixe de parte alguém tão fascinante como uma pessoa com paralisia, pois podíamos ser nós no lugar deles.

Complicações possíveis

·         Desgaste dos ossos ou osteoporose
·         Obstrução intestinal
·         Deslocamento do quadril e artrite na articulação do quadril
·         Lesões decorrentes de quedas
·         Contraturas articulares
·         Pneumonia causada por sufocação
·         Má nutrição
·         Habilidades de comunicação reduzidas (às vezes)
·         Intelecto reduzido (às vezes)
·         Escoliose
·         Convulsões (em cerca de metade dos pacientes)
·         Estigma social




Deficiência e desenvolvimento na perspectiva de Vygotsky

Para Vygotsky, o desenvolvimento de uma criança deficiente não é inferior ao desenvolvimento de outras crianças, e sim, diferente, singular. A criança com paralisia cerebral espástica, que apresenta dificuldade para se movimentar e por isso não tem as mesmas chances de desenvolvimento de esquema corporal, percepção espacial, de tempo, dominância corporal, entre outros, vai elaborar qualitativa e diferentemente suas funções psicológicas superiores, apresentando um desenvolvimento psíquico particular. Ela aprende caminhos novos para com- pensar essa deficiência (supercompensação), pois lhe falta a experiência motora para a elaboração de seu pensamento.

Em função das limitações de coordenação motoras e/ou de comunicação oral, as pessoas com Paralisia Cerebral são muitas vezes excluídas do convívio social. No propósito de melhorar a qualidade de vida destas pessoas, tornando-as mais participativas na sociedade, estão sendo criadas e aperfeiçoadas as Tecnologias Assistivas, que se constituem como: toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia à pessoa com deficiência.
Utilização de Capacete com Ponteira: é uma haste que é fixada na cabeça para facilitar a digitação para pessoas com comprometimento de membros superiores. 
Estabilizador de punho e abdutor de polegar com ponteira para digitação, para alunos, principalmente com paralisia cerebral, que apresentam essas necessidades (estabilização de punho e abdução de polegar).
Pulseira de pesos: Algumas pessoas com Paralisia Cerebral apresentam movimentos involuntários de pequena amplitude ( atetose) em diferentes partes do corpo . Tais movimentos, quando presentes nos membros superiores podem dificultar o processo de digitação. A Pulseira de pesos é utilizada para reduzir esses movimentos.

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